Artigo – Estágio e Prática: a Observação de Bebês e seus Objetos Transicionais

 

Lenita Maria Junqueira Schultz[1]

Universidade Católica de Goiás

 

 

Linhas introdutórias.

 

Justifica-se este artigo pela preocupação que se tem, como educadora comprometida, de que a integração expressa no tema geral desse I ENCONTRO DE DIDÁTICA E PRÁTICAS DE  ENSINO inclua a Educação Infantil como uma importante área de conhecimento e impulsione os professores a aprofundarem-se em seus meandros e em suas nuances.

Assim, são trabalhados dois aspectos principais:

1-O uso do objeto transicional pela criança (Winnicott, 1975) como um recurso afetivo importante para resolver dificuldades emocionais. Dessa forma pretende-se aqui chamar a atenção do futuro professor que atuará na Educação Infantil de tal forma que ele permita à criança, ao encarregar-se de sua educação, incluir em seu dia - a – dia procedimentos e atividades que – como no caso do objeto transicional - poderão contribuir para que nela cresçam, os sentimentos de segurança e confiabilidade indispensáveis a seu desenvolvimento psíquico.

2- A observação realizada e registrada. Nesse caso, o professor revisita a metodologia e aprofunda o conhecimento de um fenômeno psíquico cuja consideração é importante do ponto de vista psicoeducacional no trato com bebês. A observação de crianças bem pequenas nas instituições de atendimento infantil (as denominações variam) como parte do Estágio e da Prática de Ensino é fundamental para que o educador conheça os caminhos facilitadores da construção da personalidade. (Winnicott,passim).

 

 

Metodologia

A compreensão do sentido e da importância do - objeto transicional[2] – é um resultado colateral obtido ao se percorrerem “ [...]caminhos feitos para caminhar[...]” (Silva 2002, p.24 Caderno do CEDES n 56) em uma pesquisa qualitativa que privilegia o processo, e não o produto, de uma investigação. Tal processo salienta os dados oriundos da inserção do pesquisador no real (Bogdan e Bicklen 1994), com os objetivos de conhecer as necessidades dos bebês de zero a um ano, atendidos pela Educação Infantil, e de mostrar que, para satisfazer a estas necessidades o professor precisa de formação superior. Palhares e Martinez (2000), assim como Faria (2000) e muitos outros na produção literária nacional e internacional sobre o tema, ressaltam que os bebês de 3 meses ou menos até 11 meses estão, de modo geral, excluídos das atividades pedagógicas parecendo estar abandonados. A falta de preparo dos cuidadores (sem a formação pedagógica da graduação) apresenta-se como uma das causas dessa situação.

No decorrer das quase 100 horas da participação do pesquisador no campo, no segundo semestre de 2001, em uma creche[3] vinculada ao sistema oficial de ensino, destaca-se, entre outros achados, a evidência de que crianças bem pequenas valem-se do objeto transicional, revelado na teoria winnicottiana (1975) como importante recurso para enfrentar dificuldades emocionais, situações novas, mudanças como as verificadas nas vivências em creches e berçários. Estas crianças necessitam do objeto eleito para adquirirem tranqüilidade, alegria e resistência a frustrações. O bebê Luc,apresentado adiante, objeto do estudo de caso da pesquisa qualitativa, cura as suas frustrações e adormece tranqüilo com seu cobertor.

Objetos Transicionais

Referindo-se ao acolhimento dos bebês em creches, a teoria winnicottiana aponta esse elemento importante, facilitador da criação de novos vínculos pela criança: a função tranqüilizadora dos fenômenos transicionais. Localizados e analisados por Winnicott (1975) foram conceituados em termos psicanalíticos como fenômeno transicional e objeto transicional, referentes à  área intermediária da experiência... entre o erotismo oral e a verdadeira relação de objeto, entre a atividade criativa primária e a projeção do que já foi interpretado. Iniciam-se entre os seis e oito meses aproximadamente. Winnicott (1975) analisa a primeira possessão e a área intermediária entre a subjetividade das ações do bebê, que ainda não tem uma boa percepção de seus limites e aquilo que é objetivamente percebido (p. 15). Esse tipo de atividade da criança vai além da satisfação oral embora seja, aparentemente, o fundamento das demais.

É também exemplo de fenômeno transicional o uso de objetos que não fazem parte do corpo do bebê, embora ainda não sejam plenamente reconhecidos como pertencente à realidade externa; inclui, como afins das atividades transicionais as ações de sugar o punho, o dedo, a chupeta; também o balbucio, o cantarolar antes de dormir, o embalo rítmico pelo balanço do berço, ou no colo.

Winnicott (1975) enumera algumas características transicionais: o bebê chupa uma ponta do lençol ou fralda, juntamente com os dedos; o tecido é esfregado na boca ou chupado; podem ser usados ,também, babadores, lenços, dependendo daquilo que estiver disponível. Sons, notas musicais e murmúrios podem, também, ser considerados.

Destas ações decorrem outras eleitas pelo próprio bebê, (que como as primeiras, muitas vezes passam desapercebidos pelos adultos) como a escolha de uma bola de lã, da ponta de um cobertor, de uma palavra, de uma melodia, ou um maneirismo que para ele podem ser essenciais como um antídoto contra a ansiedade , a depressão, conseqüência da separação dos pais ou de uma situação nova e desconhecida, como o início da freqüência a uma creche. Esse objeto macio ou com outras características é o que Winnicott (1975) denomina objeto transicional: os pais vêm a saber de seu valor e levam-no consigo quando viajam. A mãe permite que fique sujo e até mesmo mal cheiroso , sabendo que, se lavá-lo, introduzirá uma ruptura que pode destruir o significado e o valor do objeto para ele (p. 17).

Nas situações em que a criança é levada a enfrentar mudanças como a convivência em creches ou berçários, o objeto macio (ou não) original pode ser absolutamente necessário. Esta necessidade persiste por algum tempo, embora possa evoluir para outros interesses à medida que a criança sinta-se segura e estabeleça vínculos positivos com o ambiente.

A criação do objeto transicional pelo bebê segue um caminho e uma seqüência desvelados por Winnicott (1975), e que devem ser conhecidos, compreendidos pela família e pelos professores/cuidadores de bebês em creches e berçários:

-       o bebê assume direitos sobre o objeto e isso deve ser respeitado;

-       o objeto é afetuosamente acariciado, bem como excitadamente amado e mutilado; ele nunca deve mudar a menos que seja mudado pelo bebê (p. 18);

-       deve sobreviver ao amor e ao ódio instintuais que a criança lhe dedica e, também, à agressividade pura, se esta for uma característica da criança;

-       deve parecer ao bebê que lhe dá calor, ou que se move, ou que possui textura, ou que faz algo que pareça mostrar que tem vitalidade ou realidade próprias (p. 18);

-       é oriundo do exterior, segundo o ponto de vista das outra pessoas, mas não o é segundo o ponto de vista do bebê... Não é uma alucinação (p. 18).

Seu destino é ser desvalorizado, já que o seu dono dele retira toda a atenção e sentido.Com o passar do tempo é relegado ao limbo. Não é esquecido e não é chorado. Perde o significado, e isso se deve ao fato de que os fenômenos transicionais se tornaram difusos, se espalharam por todo o território intermediário entre a realidade psíquica interna e o mundo externo (p. 19), da forma como é percebido por todas as pessoas. Luc, que começou a ser observado com 11 meses em outubro de 2001, com 1 ano e 4 meses já dispensava o cobertor por tempos mais longos aceitando sua substituição por um semelhante.

Um exemplo de observação

Segue-se o relato da relação de um bebê com seu objeto transicional, como parte da pesquisa referida no item anterior (Schultz, 2002):

Caixa de texto: Nayla/2002“[09/10/01] Ao chegar ao berçário nesse dia notei que um bebê (Luc C, 10m 20d) se encontrava “grudado” a um pedacinho de cobertor. Perguntei à monitora o porque do cobertor. Ela me disse que ele não fica sem este cobertor, que desde pequeno só dorme agarrado a ele. Só deixa o cobertor quando vai brincar. Percebi que o garoto com cobertor é o mais tranqüilo, e embora esperto e cheio de vivacidade, não chora e antes de adormecer fica no berço deitado, abraçado ao cobertor.

[06/11/01]) Luc morde-a grade do berço e chupa os dedos alternadamente. A monitora tira o cobertor de dentro da gaveta e chama a atenção da criança. Ele sorri quando vê o cobertor, ela o entrega a ele, que se deita imediatamente em posição fetal e começa a fazer movimentos de sucção com a boca. Ele pega o cobertor, brinca com ele, cobre a cabeça, põe debaixo do pescoço, senta-se e estica o cobertor, deitando-se com a cabeça sobre ele.

A observadora nota que o comportamento da criança modifica-se, ele fica tranqüilo. Deitado, passando a mão no cobertor, com os olhos quase fechados, parece estar fazendo carinho no cobertor. A monitora tira dele o cobertor e lhe dá a fralda. Ele pega-a fica de pé no berço e a põe na cabeça e logo a joga no chão. Ele já está com outro comportamento, está de pé mordendo o berço novamente. Ela devolve o cobertor;o menino se deita e volta a fazer movimentos de sucção e a acariciar o cobertor. Logo depois a mãe da criança chega para buscá-la.

[19/11/01] Nesse momento, Luc (1a) chorava incessantemente. Foi engatinhando até a sala de banho atrás das monitoras e uma delas jogou-lhe o cobertor. And (11m 12d) tentou puxá-lo e ele chorou mais ainda. Foi levado para o corredor com o cobertor; calou-se, começou a mexer no cobertor e a sugar a própria língua. Luc logo larga o cobertor e pega a mamadeira entregue pela monitora. Mama rápido, em poucos minutos, estava com muita fome. Com base na teoria winnicottiana pode-se pensar que a criança estava se valendo do cobertor para dar conta de esperar a sua hora de mamar.

Em um outro momento, mais tarde, Luc veio rapidamente ao encontro da monitora para ser alimentado, largando o pedaço de cobertor que até então segurava enquanto permanecia sentadinho no chão, mas ao terminar de almoçar, voltou a segurá-lo. Come no berço.

A monitora percebe que Luc está querendo ir para o chão. Ela disse que, quando ele fica jogando o cobertor no chão várias vezes seguidas, é porque quer descer do berço.

[23/11/01] Luc (1a 4d) estava chorando e seu cobertor estava no chão. Parou assim que foi devolvido, mas vez ou outra o jogava novamente no chão. X interpretou que ele agia assim (jogando o cobertor no chão) porque queria descer do berço. And disputou o cobertor com o Luc e este caiu batendo a cabeça no chão. Então foi levado Ele por X para longe da coleguinha, que recebeu outro pedaço de cobertor, mas por pouco tempo, ou seja, logo o pedaço de cobertor foi guardado novamente.[4]

Eli está balbuciando e brincando com uma fralda que lhe foi dada pela monitora. Luc está brincando com o seu cobertor e quando a monitora chega com a mamadeira, ele a pega e abraça o cobertor. Mama com certa rapidez e logo fica de pé em cima do berço com o cobertor nas mãos.

[30/11/01]. A monitora coloca Luc (1a 4d) no berço e ele ameaça a chorar. Após uns 15 minutos, ela entrega a ele o cobertor e ele se deita e fica tranqüilo. É colocado novamente em outro berço e a monitora Y lhe dá o cobertor. Após alguns minutos, a monitora X pega dele o cobertor, ele chora e aponta para o cobertor. Ela lho devolve e ele o joga no chão. Ela bate de leve nas mãos dele e devolve-lhe o cobertor. Ele joga-o novamente no chão e ela o pega novamente. Ele joga o cobertor mais umas três vezes e ela o pega todas as vezes.

Depois ela caminha em direção a ele, aperta-o, beija-o faz carinho e ele sorri. Ela continua falando com ele e pega o cobertor no chão. A monitora X o coloca no chão e ele sai engatinhando pelo corredor do berçário. Sobe nas pernas dela até que esta o pegue no colo. É a hora da saída e ela o deixa no chão.

[04/12/01] Luc (1a 15d) sujou de cocô os dois pedaços de cobertor que ele tem. Foi lhe dado um outro maior (de tamanho normal e diferente do primeiro) e ele o aceitou bem.

[11/12/01] Luc engatinhou até o pé da outra monitora, que se encontrava no corredor, e sentou-se ao lado. A monitora diz que ele é o xodó do berçário, que ele é muito amoroso e muito querido. Depois de algum tempo ele encontra o seu cobertor no chão. A monitora Y guarda o cobertor em cima da cômoda, mas Luc nem liga e continua brincando com um dos brinquedos dependurados em um dos berços.

[23/11/01] Luc (1a 4d) estava chorando e seu cobertor estava no chão. Parou assim que foi devolvido, mas, vez ou outra, o jogava novamente no chão. X interpretou, mais uma vez, que ele agia assim (jogando o cobertor no chão) porque queria descer do berço”.

 

Um dos pontos importantes relativos ao objeto transicional é que, mediante o seu uso pelo bebê, pode-se perceber que esse já é capaz de representar, simbolizar o seio da mãe, substituindo-o por um objeto concreto. Segundo Winnicott (1975) o uso do objeto transicional é saudável para o bebê. Uma ligação forte com a mãe seguida de uma situação muito solitária, em que a criança não teve ainda oportunidade de estabelecer outros vínculos, pode ter conseqüências como a ansiedade. Nesse caso, o consolo do objeto transicional é decisivo.

Como resultado desta afirmação depreende-se que o ambiente acolhedor do berçário, simbolizando um colo materno (de holding[5]), permitindo à criança apoiar-se em um verdadeiro objeto transicional, em certos casos mais importante que a mãe (Winnicott, 1975, p. 20), será enriquecedora e mesmo gratificante para a criança, conferindo-lhe mais autoconfiança, maior autonomia em suas decisões e no enfrentamento da vida. É de se notar que no caso brasileiro, a permanência em creches não corresponde a uma hospitalização, em que a criança permanece fora do lar dia e noite em regime de internamento, privada, completamente, do convívio materno.

Novaes (1998), estudando as necessidades afetivas da criança hospitalizada recorre à teoria winnicottiana para mostrar que a importância do brincar na infância em geral aplica-se especialmente aos pequenos submetidos a estas circunstâncias análogas à situação de creche mas não idênticas. Este brincar relaciona-se com o fenômeno transicional que nasce por um ato criativo, a partir de algo que existe no ambiente e que é oferecido por este e escolhido pela criança (p. 82). O bebê em situação de creche, separado da mãe pode ter o mesmo stress[6] da criança hospitalizada e o uso do objeto transicional auxilia a tolerar o afastamento do ambiente familiar e da presença dos pais. Nesse sentido, a creche, os professores cuidadores podem incentivar, tal como faz, muitas vezes a mãe, as crianças de berçário a fazerem uso do objeto transicional, proporcionando ao bebê a oportunidade de autoconsolo. Pode-se afirmar, após estudos de Spitz (1996), Zazzo (1989) e Winnicott (1975 e outros), que um ambiente acolhedor e a presença de objetos transicionais serão de grande validade em determinadas situações.

Os autores em pauta admitem que a relação mãe/bebê, reconhecida nos cheiros, calores, gestos, jeitos, maneirismos da mãe, pode ser prolongada na creche pelo uso de objetos trazidos de casa o que permite o tempo necessário à criança para construir novos vínculos mediante a maternagem praticada pelos professores/cuidadores.

Refletindo sobre o caso das creches brasileiras, a criança com três ou quatro meses, idade mínima mais comum do ingresso em creches, excetuando-se as situações de orfanatos ou de abandono deliberado, já estabeleceu o vínculo com a mãe. Então, este vínculo não é cortado, já que o bebê volta todas as tardes da creche para o ambiente familiar e a mãe, em muitos casos, amamenta-o ao seio à noite e pela manhã. Tal situação é análoga à que ocorre na Itália em Reggio Emília e à que foi constatada em estudos realizados nos Estados Unidos (Rosemberg, 1998). Já nos exemplos citados em uma pesquisa realizada por Spitz (1996)[7] as circunstâncias são diferentes pois nessa, as crianças pernoitam (vivem, moram) nas creches embora algumas tivessem o acompanhamento de suas mães

Considerações finais

Após as reflexões até aqui apresentadas, considera-se que, se o ambiente oferece o necessário holding[8], como deve ser no berçário de uma creche, a criança pode, com vantagens, criar novos vínculos e desenvolver-se adequadamente. Para que se cumpra o objetivo pedagógico, relativo à Educação Infantil principalmente (mas não apenas) no que concerne às crianças desfavorecidas economicamente e às susceptíveis a um ambiente familiar, algumas vezes adverso, é necessário que a creche ofereça algo diferente do lar. Isso, não apenas em termos de cuidados físicos de saúde e alimentação (estes, é claro, imprescindíveis), mas de interação ambiental, mediante novos vínculos, com professores cuidadores, outras crianças, situações e atividades estimulantes (objetos e brinquedos pedagógicos, música, linguagem situações, lugares, etc).

Comparando o ambiente familiar com a creche, ressalta-se que Winnicott (1975) refere-se à mãe suficientemente boa, não necessariamente a própria  mãe do bebê com sendo aquela que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, uma adaptação que diminui gradativamente, segundo a crescente capacidade deste em aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração (p. 25).

Portanto, a mãe suficientemente boa (ou a babá, o pai ou a pessoa que oferece os cuidados maternos em casa ou na creche, denominados por Winnicott de maternagem), nos primeiros momentos, deve ceder quase completamente às necessidades do bebê e, com o tempo, o faz cada vez menos, de modo gradativo, segundo o desenvolvimento adaptativo do pequeno. Na creche, e especialmente no berçário, o ambiente (professores e auxiliares), deve ser também suficientemente bom e corresponder às exigências das crianças levando em conta sua idade, sua capacidade de resistir a frustrações. Nesse caso, o berçário poderia oferecer aos bebês uma situação transicional, proporcionando lhes o necessário conforto e atenção para que eles se sintam confiantes e possam formar novos vínculos suficientemente profundos e duradouros.

 Na Educação Infantil, a formação do professor para atender a criança em seu primeiro ano de vida, é de extrema importância e o estudo desta área transicional (assim como de outros temas específicos) é relevante. Tal formação precisa ser reforçada e ampliada no convívio que se estabelece entre as crianças e os futuros professores nos períodos de Estágio e de Prática de Ensino, na integralização curricular.

Além disso, assume-se como importante trazer para a área da Educação, currículos de Pedagogia e Normais Superiores, princípios da Psicologia e da Psicanálise compatíveis com a educação de crianças de 0 a 6 anos. Tais saberes, integrantes dos fundamentos teóricos da educação devem ter, tal como acontece na educação básica e na formação escolar de adolescentes, uma aplicação pedagógica na área da Educação Infantil recentemente inserida no Sistema Educacional Brasileiro.

 

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

FARIA, A. L. Goulart, PALHARES, M. S. Educação Infantil Pós-LDB: rumos e desafios. Campinas: Autores Associados, 2ª ed., 2000.

NOVAES, L. H. Vinholes, Brincar é Saúde. O alívio do estresse na criança hospitalizada Pelotas, RS : Educat 1998.

ROSEMBERG, F. e CAMPOS, M. M. (org.). Creches e Pré- escolas no Hemisfério Norte, São Paulo: Cortez, 1998.

SCHULTZ, L. M. J. A criança em situação de berçário e a formação do professor para a educação infantil. Tese de doutoramento, UNESP Marília, dezembro, 2002.

SILVA, Maurício R. da. Recortando e colando as imagens da vida cotidiana do trabalho e da cultura lúdica das meninas-mulheres e das mulheres-meninas da zona da mata canavieira pernambucana. Infância e Educação: as meninas. Caderno CEDES n º 56,p. 24, Campinas-SP, 2002.

SPITZ, R. A. O primeiro ano de vida SP: Martins Fontes,1996.

WINNICOTT, D. W.O Brincar e a Realidade., Rio de Janeiro: Imago 1975.

ZAZZO, R. Onde está a Psicologia da Criança. Campinas, SP: Papirus, 1988.

 

Resumo

Artigo

 

 Estágio e Prática: a observação de bebês e seus objetos transicionais

 

 

Lenita Maria Junqueira Schultz

Universidade Católica de Goiás

 

Nesse trabalho recomenda-se que a educação de bebês faça parte das observações dos alunos de Pedagogia e dos Institutos Normais Superiores nos Estágios e na Prática de Ensino sobre a educação de bebês. Trata-se do valor, de um achado da teoria winnicottiana, para a formação de professores da Educação Infantil: os fenômenos transicionais. Apresenta-se a conceituação do fenômeno e seus desdobramentos assim como exemplos de suas manifestações em crianças pequenas. Ressalta-se que o uso do objeto transicional é saudável para o bebê (Winnicott, 1975) e deve ser compreendido e estimulado pelos professores do berçário. Indica, também a metodologia adotada no trabalho: investigação qualitativa mediante estudo de caso, observando-se o berçário de uma creche confessional, filantrópica. Apresentam-se foto e análises de situações registradas nesta etapa da pesquisa. Palavras-chave: fenômenos transicionais, bebês, educação infantil, estágio e prática.

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[1] Doutora em Educação – Área de Ensino na Educação Brasileira/UNESP – Marília.

[2] Este artigo teve origem em pôster apresentado ao XI Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino realizado no Centro de Convenções de Goiânia em 2002.

[3] Local: Creche filantrópica localizada em bairro central de uma capital do centro oeste brasileiro. Atendimento: 70 crianças, 17 em situação de berçário constituindo o objeto da investigação ( 2001/2002).

[4] Luc tem dois pedaços de cobertor praticamente iguais. Enquanto um é lavado ele fica com o outro. Nesse dia a monitora tentou resolver a questão entre as duas crianças recorrendo aos dois pedaços de cobertor.

[5] Na teoria winnicottiana diz respeito ao atendimento às necessidades físicas do bebê recém nato que não podem ainda ser diferenciadas das psicológicas.

[6] Novaes (1998, p. 33) usa e conceitua a palavra stress como uma tensão mental ou emocional distinguindo-a das definições da física, da mecânica e da fonética.

[7] Psicanalista naturalizado americano, nascido em Viena, Áustria, em 1887, e falecido em Denver, Colorado, em 1974. Seus estudos foram consagrados às crianças de menos de 2 anos de idade, e puseram em evidência a influência da ausência prolongada da mãe no desenvolvimento psicossomático do bebê. Estudou também a formação de outros vínculos que amenizam esta separação.

 

[8] Na teoria winnicottiana diz respeito ao atendimento às necessidades físicas do bebê recém nato que não podem ainda ser diferenciadas das psicológicas.