Maria Eni Sousa Dias Freire
A necessidade emergente de formar professores reflexivos para atender as necessidades profissionais para um novo século que se inicia nos faz buscar novas metodologias para ensinar Geografia. O mundo está mudando e com ele a sociedade também está mudando então é necessário preparar os nossos professores de Geografia para enfrentar os desafios da sociedade e desta com a natureza.Para tanto, a proposta de formar Professores Reflexivos para ensinar Geografia é uma necessidade que vem ao encontro com os anseios de nossas Universidades que formam professores. É essencial oferecer uma educação que capacite esse profissional com conhecimentos e habilidades básicas necessárias, bem como hábitos de trabalho intelectual e de auto- preparação, a fim de que esteja a serviço do desenvolvimento social, político e econômico buscando sempre um nível de qualidade melhor para Formação de Professores de Geografia nas Universidades.Aproximar a teoria da prática é uma preocupação constante nos textos de professores que discutem o ensino de Geografia nas Universidades. Para melhorar esta situação pensar em grupo e aprender a refletir utilizando os Métodos Participativos poderá ser uma saída para o ensino de Geografia sair do tradicionalismo.
Diante das dificuldades do novo século que se inicia, torna-se necessário
formar um profissional com alta preparação para construir um futuro melhor,
que seja capaz de resolver problemas e que
atenda as necessidades atuais e futuras da sociedade.
Assim, torna-se fundamental entender o que está acontecendo, por que a
prática de ensino de Geografia não está sendo suficiente para ensinar o
aluno-professor a produzir conhecimento
de Geografia na sala de aula. Ao
discutirmos sobre o ensino e aprendizagem em Geografia é imprescindível para o
momento atual que se faça reflexões sobre a formação de professores e suas
práticas dando uma contribuição científica de grande ajuda ao ensino de
Geografia.
A disciplina Prática de Ensino tem como objetivo dar
suporte técnico metodológico e vivêncial ao aluno-professor para que
ele possa aperfeiçoar-se na execução de sua prática e interferir no processo
ensino aprendizagem em sala de aula. Partindo desse alvo faz-se um estudo não só
da formação de professores de Geografia da UEG, mas como esses professores
poderiam construir a Geografia de forma mais reflexiva levando os alunos a
saberem se posicionar frente às adversidades que, por ventura, possam encontrar
em sua vida profissional.
Durante o século XX, persistiu o ponto de vista de que a melhor maneira
de preparar os professores era dar-lhes uma formação sólida em geografia,
complementada pela experiência de aprendizagem numa escola; mais tarde,
percebeu-se que a qualidade estava sendo afetada, o que foi severamente
criticado. Assim, podemos observar que o conhecimento dos conteúdos não é
mais importante do que o saber ensinar.
Na prática pedagógica dentro da UEG de Pires do Rio, o que me chama a atenção é que grande parte dos alunos professores tem grande dificuldade em realizar o seu trabalho de forma motivador, isso posso verificar de perto, enquanto coordenadora da rede pública de ensino. Na prática, os professores acabam fazendo uma Geografia tradicional voltada para o interesse político que dá ênfase apenas ao livro didático e não para o objeto da Geografia, que é o de formar cidadão reflexivo e crítico, capaz de analisar e explicar a formação do espaço geográfico. Então, observa-se que os nossos profissionais não se perguntam constantemente porque estão a fazer na sala de aula. Estamos precisando de profissionais reflexivos que sejam capazes de concentrarem os seus esforços na procura dos meios mais eficazes e eficientes para atingirem os seus objetivos e buscar soluções para os problemas que possam surgir. Portanto, profissionais que não percam de vistas as metas e os objetivos para os quais trabalham de maneira ativa para alcançá-los.
Torna-se necessário a elaboração de programas de ensino que possui o
uso dos métodos participativos que irá trabalhar a atividade psíquica com ações
externas até chegar a interna ( Segundo o Enfoque Histórico –Cultural de
Galperin, 1986), onde os alunos irão aprender de forma prazerosa, fazendo do
ensino aprendizagem momentos criativos e não enfadonhos estáticos como destaca
no ensino tradicional.
A realidade da educação brasileira, que está aceleradamente passando
por mudanças com propostas novas trazidas pelo Ministério da Educação do
Desporto (MEC) a partir da LDB ( Lei nº 9.394/96 de diretrizes e bases da Educação
Nacional), todas essas mudanças cada vez mais rápidas e profundas exigem uma
postura de busca de entendimento do processo e a compreensão de que se deve
trabalhar para a transformação do mundo, da sociedade em geral, das relações
entre os homens e a sociedade com a natureza, mas também com a idéia de
transformação da escola, do ensino, da aprendizagem.
Não há dúvida que é extremamente necessário pensar qual é a marca da geografia que pode responder hoje as necessidades posta pela sociedade e que pode dar conta de interpretar o mundo globalizado; ou então perguntar se a geografia que estamos ensinando na Universidade leva a isso.
A
grande questão se coloca no tipo de ensino, no tipo de aulas que devem ser
realizadas num curso de geografia do terceiro grau, que forma professores. Será
que a geografia que se ensina na escola tem o mesmo significado da geografia que
se aprende na Universidade? Que tipo de ensino esta sendo dado nas escolas de 1º
e 2º graus?
Para cumprir com este desafio, a universidade atual
tem necessidade de capacitar, de formar professores com qualidade reflexiva em
seu trabalho docente.
É imprescindível que a Geografia como a ciência
Geográfica possa ser uma disciplina motivadora, interessante, e que cumpra o
seu papel social que é o de formar cidadãos capazes de analisar, interpretar e
explicar a realidade vivida, de forma dinâmica e criativa como a própria
disciplina manda. Então a novidade do trabalho consiste em propor uma via para
formação do professor com recursos metodológicos
participativos, a partir de uma concepção do Enfoque Histórico Cultural e da
Pedagogia Crítica, que conduz este
a se apropriar dos elementos essenciais para seu trabalho docente educativo.
Este método lhe permite, além disso, a elaboração didática de seus
programas com uma posição de investigadores de sua prática pedagógica desde
a inter-relação, a colaboração, o diálogo e o intercâmbio coletivo que
propiciam a construção do conhecimento, para que se desenvolvam as qualidades
de pensamento reflexivo.
O estudo da qualidade se
realiza partindo da definição dada pela Prof.ª V. Canfux (2001) que Reflexão:
“É a qualidade que expressa o funcionamento do pensamento como um
sistema auto-regulado do indivíduo que lhe permita estabelecer problemas, ante
as diferentes situações que se lhes apresentam, estimula o estabelecimento de
hipóteses sobre as causas que propiciam a busca de via(s) adequada(s) para sua
solução.”
A partir das considerações,
propõe-se o seguinte problema científico: De que forma uma metodologia
de ensino de Geografia a nível universitário, poderá contribuir para a formação
de alunos – professores reflexivos com uma nova concepção de ensino de
Geografia.
Para
dar resposta a este problema, estabelece o seguinte objetivo geral: elaborar uma
proposta metodológica sobre a formação de professores de Geografia
reflexivos, pautada no Enfoque Histórico Cultural e na Pedagogia Crítica com
emprego da Aprendizagem Grupal e dos Métodos Participativos.
Destarte,
a nossa investigação centra-se, sobretudo, na maneira como os professores
aprendem a ensinar e como na realidade eles o fazem. Aos alunos do 4º ano de
Geografia será dado a oportunidade
de trabalhar com a Nova Metodologia Participativa
e com uma nova concepção de ensino de Geografia; será investigado se estes métodos
ajudaram na formação de professores reflexivos. Uma metodologia testada na prática
de ensino de Geografia.
A importância e relevância deste trabalho fixa em
oferecer uma solução à necessidade que tem a Educação Superior de contar
com um professor de Geografia cujo o ensino seja o resultado de um trabalho
científico pedagógico, que propicie o desenvolvimento das potencialidades do
estudante, apoiando-se nos resultados científicos contemporâneos mais
relevantes. E a novidade do
trabalho consiste em propor uma via para a formação do professor de Geografia
com recursos do modelo dos Métodos Participativos e Aprendizagem Grupal, que
conduz a uma maior reflexão sobre a sua prática educativa. Este modelo
permite, além disso, a elaboração didática de seus programas com uma posição
prática pedagógica desde a interação, a colaboração, o diálogo e o intercâmbio
coletivo que propicia a construção do conhecimento, que por sua vez desenvolve
a qualidade do pensamento reflexivo, fazendo do ensino de Geografia mais
atraente, dinâmico e interessante.
Deve-se salientar que a preocupação com a formação
de professores vem sendo discutida há bastante tempo por vários pesquisadores
mas, aqui fixa-se na formação de
professores para os dias atuais.
O artigo da Declaração Mundial sobre a Educação
superior no séc. XXI (1998, UNESCO), na letra a,b,c faz declarações sobre o
novo modelo do ensino superior com mudanças nos conteúdos, métodos, práticas
e meios de transmissão do saber, para atender aos setores da sociedade.
O Prof. J. C. Libâneo (1998 ) mostra uma preocupação
para a formação de professores nos dias atuais dizendo ser necessário
transformar o aluno em “sujeito pensante de conceitos, habilidades, atitudes,
valores.” Quando este autor menciona a transformação do aluno em um sujeito
pensante, ele quer dizer em transformar este aluno em um ser consciente, capaz
de ter estruturas próprias de pensamento;
mediante este argumento nota- se a necessidade da prática de ensino dispor de
uma condução pedagógica que promova o “ensinar a aprender a pensar” também
citado por Libâneo.
Percebe-se
que a prática de ensino tem muito que fazer. Será necessário uma nova
metodologia na prática de ensino de Geografia, que leve os futuros professores
a um desenvolvimento de suas atividades para que se tornem agentes sociais
capazes de transformar a sociedade.
Para reforçar este idéia, C. Monerio (1997) que nos fala sobre a formação do Professor Universitário afirmando que faz tempo que se observa a necessidade de formar profissionais competentes, que tenham bons conhecimentos da disciplina e sejam capazes de refletir sobre a sua didática na sala de aula, bem como dar respostas adequadas nas diversas situações educativas novas e imprevistas.
A escolha para o estudo da reflexão na Formação de Professores é essencial para a atuação do professor, ante as diversas situações que deve enfrentar no processo docente- educativo.
A reflexão é uma qualidade inerente ao sujeito que
se forma nas condições sociais em que o mesmo se desenvolve. O conceito de
professor reflexivo deriva das concepções de Dewey, que em 1933 já defendia o
ensino reflexivo. Daqui deriva a necessidade de aprofundar no termo reflexão
para a formação de professores.
Os critério de K. Zeichner (1995 ) faz uma crítica afirmando que a reflexão deve estar presente em toda a carreira do professor, fazendo assim uma alerta para a formação do professor começando pela sua própria experiência. Enquanto que I. Alarcão ( 1994) afirma que o objeto da reflexão é tudo o que se relaciona com a atuação do professor durante o ato educativo que se assumam. Portanto, os professores reflexivos são aqueles que são capazes de criticar e desenvolver as suas teorias sobre a prática ao refletirem, sozinhos ou em conjunto, na ação e sobre ela, bem como sobre as condições que as modela.
O conceito de D. Schon ( 1992), os professores têm a capacidade de executar a tarefa fazendo análise e interpretando o que está fazendo, ele vai aprender, fazendo assim a reflexão na ação. Para fazer a análise e interpretação, há que testar a sua nova hipótese e se não der certo, testa outra hipótese do que se coloca em questão levando o aluno a pensar.
A professora V. Canfux (2001) propõe em seu trabalho
o ensino problematizado que é realmente muito interessante, pois estimula a
pesquisa através da busca de solução fazendo assim maior reflexão, o que
culmina com a discussão de C.M.Garcia (1992) citando a reflexão menciona sobre
a importância de criar condições
de colaboração e de trabalho em equipe que facitam estratégias reflexivas.
Este conceito sugeri uma
metodologia utilizando o trabalho Grupal e os Métodos Participativos.
A necessidade de mudanças na formação do
professorado responde a uma série de princípios básicos que defende a L.D.B (
Lei nº9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)., entre os que se
destaca a necessidade de que o professor consiga que o aluno seja capaz de
aprender a aprender refletindo sobre a sua prática.
O professor que faz uso estratégicos dos procedimentos de aprendizagem deve reflexionar sobre o estado dos próprios conhecimentos e habilidades, e implicaria ser capaz de estabelecer – se e dar respostas a questões; capaz de referir a capacidade que tem o aprendiz de regular sua atuação para realizar uma tarefa ou resolver um problema. Transformado assim em um professor autorregulador e autogestor de suas atividades.
Para nos alertar sobre a melhoria do ensino M. Arroyo
(1996) se refere à formação de professores afirmando que a lógica linear
continua predominante, se quisermos escola de qualidade, qualifiquemos e
requalifiquemos os mestres e teremos sistemas escolares de qualidade.
A
nossa realidade para o curso de licenciatura como um todo e as disciplinas que
compõem o seu currículo apresentam um distanciamento entre ambos os termos da
relação, o qual tem prejudicado o processo de formação dos professores de
Geografia e, em conseqüência, contribuindo para o descrédito da disciplina.
É preciso sair dos currículos normativos e incluir na prática o “reflective
praticum” como defende D. Schon (1996).
Assim como Schon, A .Novoa (1992) também se preocupa
com a necessidade de mudanças e
entende o currículo articulado com a necessidade de formação serem
identificados pelos professores e a organização da escola. Criando assim uma
“nova cultura” de formação de professores, que estimula uma perspectiva crítico-
reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e
que facilite as dinâmicas de autoformação participativa, assim se torna
importante investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência.
A Geografia é uma disciplina que se preocupa com o
espaço como produto da divisão social, deve fazer com que o aluno faça reflexões
aprofundadas do espaço vivido, para saber valorizá-lo. D. Pereira
( 1996) confirma que o lugar,
por mais físico que possa parecer, é uma construção social. Dessa forma, a
finalidade do espaço geográfico nada mais é que a dimensão espacial das dinâmicas
que o constróem.
Outra autora que se preocupa muito com a Formação
de Professor de Geografia é Prof.ª N.N. Pontusca (1996 e 2000), que discute a
necessidade de um profissional para saber trabalhar com o ensino de Geografia
diante do contexto em que o Brasil está passando e busca o melhor perfil para
este profissional para que saiba
que, o espaço é resultado do movimento de uma sociedade em suas contradições
e nas relações que estabelece com a natureza nos diversos tempos históricos.
E também nos alerta sobre as metodologias selecionadas pelos professores, que
podem levar os professores a trabalhar a favor ou contra os interesses do jovem
e da sociedade.
Com o educador melhor preparado, será possível
fazer essa leitura do espaço com mais consciência e responsabilidade, pensando
e analisando as possíveis soluções com os problemas espaciais de forma mais
reflexiva.
A prof.ª
H. Callai (1999 )
faz uma discussão da formação do professor de Geografia e chama a atenção
para que tipo de ensino está acontecendo nas Universidades. A Professora Callai
não nega a necessidade do professor obter uma carga de conteúdos, mas se
preocupa com a forma em que este conteúdo é transmitido. Ela propõe que os
novos cursos devem se preocupar com alunos enquanto; que saiba discutir
teoricamente os conteúdos, que trabalhe com a educação como processo de
ensino-aprendizagem. Ela se preocupa com o ensino reflexivo e é a favor do
professor refletir a sua própria prática.
M.
Santos (1993) discute sobre o Geógrafo – Educador preocupado em capacitá-lo
para os desafios de trabalhar com a sociedade, se preocupa com as transformações
que a sociedade vem sofrendo e a necessidade de capacitar o Geógrafo-Educador
para ser capaz de explicar, criticamente essas transformações, e
P. Freire (1996) faz dura crítica
aos professores de Geografia em seu Livro Pedagogia da Autonomia, afirmando que
o professor de Geografia, “castra” a curiosidade do educando em nome da eficácia
da memorização mecânica do ensino dos conteúdos,
Não forma doméstica. Estes autores estão criticando aquele
profissional que não tem compromisso com a sociedade e apenas reproduz
conhecimento.
Outro autor também discute esta questão, Y. Lacoste
( 1993) como Freire faz uma advertência aos professores de Geografia sobre a
disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um sabe,
basta ter memória. O autor se preocupa com a Geografia que os professores estão
dando na sala de aula e até afirma que parece que a Geografia é uma espécie
de tela que impede de aprender, convenientemente, problemas graves em suas
configurações espaciais.
A professora V . Vlach (1992) confirma o que estes
autores dizem e coloca-nos que os
alunos são obrigados a estudar Geografia mesmo sem compreendê-la. A professora
apresenta-nos também uma preocupação em fazer da aula de geografia um
momento de reflexão acerca das relações sociais que explicam o espaço de seu
cotidiano, e do país como um todo, e por outro, que concepções tradicionais
dessa ciência ainda estão arraigadas na prática didático-pedagógica.
Em seu trabalho mais recente, L.S. Cavalcanti ( 2002)
faz uma crítica interessante sobre as formas de encaminhar o ensino, afirmando
que esta forma tradicional de encaminhar o ensino
não traz motivação e nem interação e defende o uso de atitudes
democráticas para o ensino estimulando a interação, a problematização, a
cooperação entre os alunos e deles com a sociedade e com o ambiente em que
vivem. Assim como, M. G. N.
Mizukemi (1997) nos
alerta para formar professor questionador
e não aceitar o que parece pronto e acabado; dá ao professor o valor de ser
capaz de atuar na sociedade de forma crítica e reflexiva.
Consoante com estes autores M.
C. Andrade (1992) faz uma reflexão sobre as
Universidades onde foram e são ministrados cursos de Geografia desde o
seu surgimento demonstrando a sua evolução e sua necessidade de uma reflexão
maior sobre métodos, técnicas e objetivos da ciência Geográfica sobre a
natureza da geografia e com objetivos a serem atingidos com a sua utilização.
Cabe ressaltar os quatro grandes pilares donde se
apoia a educação, segundo o informe da UNESCO, coordenado por J. Delores
(1996) que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos
e aprender a ser. Estes pilares exigem do homem uma nova postura de busca, de
reflexão na ação, de comportamento, de responsabilidade. O curso de Geografia
como trabalha com esses instrumentos deve incluir em seu ensino esses pilares,
o aprender a viver juntos e o aprender a fazer implica igualdade, o
fomento de atitudes educativas, atitudes essas que o trabalho de cooperação de
trocas de experiências, poderá fazer com que os professores adquirem novas
posturas
Percebe- se que para formar professores de Geografia reflexivos é preciso buscar novas vias e aqui se propõe trabalhar com a Teoria Crítica da Educação que se sustenta no Enfoque Histórico Cultural.
Para a Formação de Professores na Concepção do
E.H.C. e da P.C.[1]
leva-se em conta o E.H.C. do
desenvolvimento psíquico e da personalidade criada por L. S.Vigotsky e seus
seguidores constitui um ponto de partida para o desenvolvimento de nosso
trabalho, já que destaca como no desenvolvimento das funções psíquicas
superiores tem um papel preponderante nos processos de desenvolvimento
educativo, pois estes possibilitam a apropriação da cultura de forma
organizada. As idéias de Vigotsky situam a origem dos processos psicológicos,
em que se forma no plano interpsicológico para passar ao plano intrapsicológico.
Ele entende que a aprendizagem e desenvolvimento estão inter-relacinados. E
assim, destaca o papel da aprendizagem no desenvolvimento mental. Para explicar
este desenvolvimento mental, ele formula o conceito de “Zona de
Desenvolvimento Proximal”.
Deve destacar-se que, na medida em que os docentes
conheçam e se proponham trabalhar considerando a “Zona de Desenvolvimento Próximo
dos estudantes”, se conseguirá dos estudantes a participação na solução
de tarefas de forma conjunta e cooperativa com sujeito de maior domínio sobre
os problemas a trabalhar até que eles sejam capazes de fazê-lo com independência.
Cabe à Universidade trabalhar com o espírito
coletivo onde os futuros professores aprendem a socializar conhecimentos e assim
trabalhar para o bem da sociedade.
Segundo P.Ya Galperin (1986) um dos representantes do
E.H.C. com sua teoria da Formação por Etapas das Ações Mentais e dos
conceitos, que concebe o processo de ensino aprendizagem como processo de direção
e formação da atividade cognoscitiva do aluno ( orientação ,execução e
controle), onde se valoriza o papel da orientação na aprendizagem e na
qualidade do aprendido. A partir da orientação, deste autor vê-se na
atividade psíquica o resultado do passo de ações materiais externas até
chegar à atividade interna mental.
O professor deverá considerar os métodos, os meios de ensino, as tarefas docentes, as formas de ensinar, o controle a avaliação da aprendizagem, bem como os objetivos, conteúdos para elaborar didaticamente seu programa docente.
A formação de professores dentro da Pedagogia Crítica da Educação surge na chamada Escola de Frankfurt como oponente das posturas positivistas de interpretação da ciência, propõe que o processo educativo deve permitir obter novas explicações às verdades alcançadas nas ciências, que até agora se mantém afastada da totalidade, da realidade, ao não contemplar sua historicidade, oferecendo – se estar na escola, como verdades acabadas.
Um dos teóricos mais influentes na Teoria Crítica da Educação foi Jurgen Habernas (1988, citado por W. Carr e S. Kemmis ), estabelece como Ciência Social Crítica será aquela vendo mais além da Crítica tenha consciência direta de uma ação social transformadora. Para que isso ocorra, é necessário uma integração da teoria com a prática um momento reflexivo e prático de um processo dialético de reflexão, ilustração e luta política, com objetivos de sua própria emancipação.
A Teoria Crítica Educativa tem o propósito de
“transformar” a educação, de modo que, investiga não sobre ou acerca da
educação, mas em e para a educação. Esta Teoria surge dos problemas da vida
cotidiana e se constrói com o olhar sempre em como solucioná-los, e parte do
princípio de que o professor será o investigador de sua própria prática.
Um dos representantes da Pedagogia Crítica no Brasil
é o professor J. C. Libâneo (1998) que faz uma faz uma colocação muito
interessante em torno da formação de professor reflexivo afirmando que para
formação de formação de professores, a tendência investigativa mais recente
mais forte é a que concebe o ensino como atividade reflexiva e que para tanto
é necessário rever os currículos, o ensino e a metodologia.
Concordo com o prof.ª A . H. Diaz ( 1999) que
persirte em dizer que a teoria Crítica constitui uma superação
dialética da perspectiva positivista e interpretativa. Assim,
fica claro que na pedagogia Crítica o professor faz interpretações de
sua própria prática. Então o futuro professor de Geografia terá a
oportunidade de fazer sua autoreflexão a partir de seu modo de interpretar e de
descobrir a melhor forma de fazer o seu ensino e assim ele mesmo contribui para
sua própria formação e com isso transformar a sociedade, tornando professor
ativo agente social, cultural e transformador para se obter um novo sujeito.
De acordo com A . Nóvoa (1992), é preciso trabalhar
no sentido da diversificação dos modelos e das práticas de formação,
instituindo novas relações dos professores com o saber pedagógico e científico.
A formação passa pela experimentação, pela inovação, pelo ensaio de novos
modos de trabalho pedagógico. E por uma reflexão crítica sobre a sua utilização.
A Pedagogia Crítica também estabelece a
aprendizagem grupal como um fator relevante para a aprovação de novos
conhecimentos e faz com que os indivíduos se transformem em indivíduos sociais
e dá a possibilidade de uma reflexão conjunta professor e estudante e isso os levam juntos a construir e aperfeiçoar seus
conhecimentos.
Fundamentada no Enfoque-Histórico-Cultural e na Pedagogia Crítica surge a Aprendizagem Grupal e os Métodos Participativos para formação desse profissional discutido até aqui.
Para Métodos Participativos, tomamos o conceito da
professora V.Canfux (2001) em seus trabalho conceituou métodos Participativos
como “vias, procedimentos e meios sistematizados de organização e
desenvolvimento da atividade do grupo de estudante, sobre a base de concepções
não tradicionais de ensino, para o aproveitamento excelente de suas
possibilidades cognoscitivas e afetivas”. A partir desse conceito, dá-nos uma
forma diferente de aprender com prazer, já que este tipo de método permite:
estabelecer o vínculo da teoria com a prática na solução de problemas,
motivam a aprendizagem, permite uma atividade reflexiva, elimina o paternalismo,
facilita uma maior atividade cognoscitiva, relaciona o conhecimento individual
com o coletivo e ajuda o conhecimento mútuo e a cooperação. Neste sentido,
este método busca maior organização e desenvolvimento para formar professores
capazes de conduzir o processo ensino – aprendizagem de Geografia nas nossas
Universidades.
Neste Método, o professor muda de papel e passa a ser o coordenador ou facilitador do grupo de trabalho e exerce uma função reguladora e estimuladora da aprendizagem grupal. Para isso, o professor deve ter domínio de sua matéria, pois submeterá a prova pela participação ativa dos estudantes no processo docente e precisa conhecer as características específicas, vantagens e limitações dos métodos que vai utilizar. Se o professor já experimentou o método, o conhecimento fica muito mais rico, o futuro professor terá mais preparo para ensinar de forma inovadora e reflexiva.
Combinando
com este método, O. Gonzáles Pacheco (1999) dá o conceito de aprendizagem
grupal que chama a atenção para uma reflexão,
dizendo ser um tipo de aprendizagem que coloca o docente e o estudante
como seres sociais que buscam a transformação do conhecimento desde uma
perspectiva de grupo, reconhecendo a importância da comunicação e da dialética
nas modificações sujeito grupo.Os futuros professores aplicam ao estudo, à
autoridade e aos hábitos de trabalho e cooperação tornando os mais
participativos e reflexivos. Aprender a trabalhar respeitando a idéia do outro
buscando transformar o conhecimento vinculando – o com a realidade. E A .
V.Castellanos (2000) afirma que o papel
do grupo como agente mediador das relaciones individuo – sociedade,
entende se que para melhor desenvolvimento social, os alunos precisam
aprender a conviver em sociedade para saber opinar sobre ela. Analisando o mundo
atual, pode-se notar o quanto é importante aperfeiçoar os sistemas educativos
atuais, com novas metodologias que atendam as exigências deste mundo.
R. Bermides, Ma. A. Rodrigues e G. Peres ( 1998),
afirmam que os grupos operativos constituem um instrumento de interação, na técnica
para ajudar aos mestres de um grupo a enfrentar os conflitos e as resistências
a mudanças. Na experiência grupal, na interação com os demais e como a
natureza, o homem muda, transforma se a realidade, ao adquirir recursos que lhe
permiti enfrentar de modo efetivo essa realidade e se desenvolver, crescer e
crescer como ser humano. Reconhecer que estamos trabalhando com ser humano que
possui várias diferenças e precisa ser respeitada. Isso deve ser a consideração
de qualquer metodologia cientifica; o homem é possuidor de capacidades que o
faz mudar a partir do momento que possa refletir sobre os seus próprios atos.
Concordo
com G . Viñas ( 1999) que afirma
que é preciso resaltar a importancia que Freire concede ao método de ensino
dentro do contexto da prática educativa e reconhece que o professor deve ter
imaginação, aproveitar situações, usar e inventar ténicas, criar e utilizar
meios que propiciem a atividade e o diálogo
com os estudantes. Freire desenvolve em seu método uma integração de comunicação
como processo horizontal e não autoritário, busca no diálogo um ensino
problematizador não resta dúvida que este tipo de ensino leva a uma transformação
social.
Concordo
com a Profª H .Callai( 1998) quando ela cita em seu artigo que a Geografia é
uma ciência social. Sendo assim não deve ser estudada sem considerar o aluno e
a sociedade em que vive. Este desafio temos que enfrentar fazer da Geografia uma
disciplina interessante, que tenha a ver com a vida e não apenas com dados e
informação que pareçam distantes da realidade do aluno como apresentam na
escola tradicional.
A partir destes teóricos, serão analisados a atual
situação do ensino do curso de Geografia na UEG de Pires do Rio, fazendo uma
comparação com outras Universidades Nacionais para que possa apresentar uma
solução criativa para o mesmo e desenvolvendo uma nova metodologia
participativa que deverá ser testada e avaliada.
A Hipótese de que o professor formado com o uso de uma Nova Metodologia Participativa aumenta a capacidade reflexiva do futuro professor que se forma em nossas Universidades fundamenta-se no modelo didático pedagógico que esteja alicerçado no E. H. C. e na P. C. , com recursos do modelo participativo de ensino e um caráter investigador de sua prática, que lhe permita mediante a indagação individual, o diálogo e a participação grupal, desenvolver qualidades em sua ação de professor através da reflexão.
A finalidade é que os professores de Geografia recebam uma formação que lhes ajudem a efetuar sua tarefa docente- educativa com fundamentos científicos, desde os postulados da concepção teórica que se assume. De acordo com a preparação que obtenham contribuirá para realizar sua atividade como professor com seu caráter desenvolvedor, de ter habilidades peculiares para saber contextualizar o ensino de Geografia com seu objeto de estudo, o espaço geográfico, de forma reflexiva. Sabendo o que, por quê e como conduzir o processo ensino- aprendizagem para Geografia. Considerando que a aprendizagem transcorre desde três elementos essenciais; a orientação, a execução do estudante, o controle e a avaliação.
O aluno-professor
como Acadêmico Reflexivo poderá ser
um agente de transformação do espaço, futuro professor interiorizado durante
a formação, com disposição e capacidade de estudar a maneira como ensinar e
de melhorar com o tempo, responsabilizando-se pelo seu próprio desenvolvimento
profissional, com um pensamento auto-regulado que lhe permite estabelecimento de
hipóteses sobre as causas dos problemas, e possibilita a busca de vias
adequadas para a sua solução.
A qualidade de
reflexão está vinculada com outras propriedades que também pode ser objeto de
estudo com a independência, a conscientização, o raciocínio a
responsabilidade, a crítica e outras.
Em nossa concepção,
a qualidade de Reflexão de um estudante acontece quando este tem acesso a um
ensino voltado para a motivação que o aluno recebe do professor, que o prepara
para refletir sobre sua prática, sabendo problematizar, buscar hipóteses e
vias de soluções para os problemas.
Há um processo
em todo o desenvolvimento da qualidade de reflexão do aluno, e para que esta
qualidade seja desenvolvida, todos os professores do curso necessitam conhecer o
perfil do profissional que se quer formar com um objetivo comum entre eles,
acontecendo assim num processo espontâneo, mas não de rotina e sejam capazes
de refletir sobre o que estão fazendo.
Estes princípios
orientam a posição de considerar que a formação pedagógica de professores
permite e contribui para o desenvolvimento das potencialidades do professor,
prepara- o para sua tarefa docente educativa, procurando assim propor uma nova
forma de ensino para a Geografia.
Nota-se a partir
dessas respostas obtidas em pesquisa. que os professores têm pouco
desenvolvimento da Reflexão, mas não podemos estabelecer a que nível eles têm,
pois temos poucas respostas e este não é o objetivo dessa pesquisa. Segundo
P.Perrenoud (2002), nem todos os formadores de campo identificam-se com a figura
do profissional reflexivo, mesmo que colaboram com o programa de formação com
tal orientação. Alguns se negam a se enfurecer ou pensam que a verdadeira
formação consiste em observar um profissional experiente e imitá-lo. Esta
citação serve de fundamentação para a resposta apresentadas pelos nossos
professores.
A
proposta curricular em seu plano teórico e no plano prático da U.E.G. ,pode-se
observar que o currículo pleno do curso de Geografia da UEG, apresenta características
do modelo centrado nos objetivos. Modelo disciplinares, o objetivo é o
orientador do processo, há uma relação entre o objetivo e a avaliação e
aquele determina os métodos e os meios.
Há uma fragmentação
dos conteúdos e dos objetivos, a aprendizagem é vista apenas como resultado,
desconsiderando o processo. Percebe-se também a fragmentação dos aspectos
cognoscitivos, afetivos e psicomotor. É um todo fragmentado em três partes.
Neste tipo de
currículo, evidencia-se claramente o papel de uma educação que funciona como
mera reprodutora dos valores sociais para se conseguir adequar os indivíduos a
sociedade sem torná-los críticos e transformadores. Reconhece-se que nem
sempre se tem desenvolvido uma cultura de diálogo e entendimento para promover
ações comuns entre as IES e a sociedade.
Trata-se fundamentalmente de um modelo de educação tradicional, da transmissão de conhecimento e valores de uma geração a outra, do professor ao aluno, destacando a diferença entre educador e educando; os eixos deste modelo são o professor e o texto são especialmente os conteúdos que o aluno deve assimilar apresentando pouco espaço ao diálogo e a participação.
O perfil é estreito- fragmentado, não há vinculação entre o mesmo e o currículo pleno do curso, embora o perfil apresente uma concepção de homem e de profissional critico e reflexivo, vinculado a transformação social, através de sua participação, vê-se claramente que o currículo não favorece essa formação de um profissional preparado para a vida capaz de transformar a realidade. Não se percebe o homem como fator fundamental do desenvolvimento.
Ao analisar se no perfil e no Plano se faz evidente o papel que tem a disciplina na formação profissional, observa-se que o perfil profissional nos planos de curso na disciplinas não está evidente o papel das mesmas na formação profissional com exceção da Prática de ensino de Geografia, não está explicito o papel de cada disciplina no contexto geral da formação profissional e das possíveis interfaces com outras áreas do conhecimento.
No currículo de
Geografia que é um currículo profissional não se percebe um referente sócio-econômico
e técnico- científico que dêem
uma caracterização da formação profissional. Não há evidências do
desenvolvimento histórico da profissão na Universidade, uma vez que não há a
justificação da carreira como a necessidade social e econômica no contexto
social, nem a relação da faculdade com projeto de investigação e de extensão
com o meio externo.
Para uma
Universidade que forma professores de Geografia, pode-se notar que não há uma
visão conjunta do verdadeiro perfil de profissional que se pretende formar.
Na analise do currículo da UFU- Universidade
Federal de Uberlândia, a visão geral do curso é de formar licenciados e
bacharéis em Geografia que compreenda a organização do espaço através da
observação, descrição, interpretação e inter-relação dos elementos,
visando a um melhor ajustamento e atuação da sociedade humana na superfície
terrestre.
Após analisar o trabalho de dissertação de mestrado de Olenir Maria Mendes (1999), Uberlândia sobre os Cursos de Licenciatura e a formação do professor: a contribuição da Universidade Federal de Uberlândia na Construção do Perfil de Profissionais da Educação, pode-se notar que a autora está preocupada com a melhoria da qualidade do ensino, fez um trabalho interessante e chega a conclusão que as Universidades de Licenciatura no Brasil não vão bem. Há falhas desde as Universidades mais sérias até aquela de escolas que simplesmente fornecem títulos sem a preocupação com um padrão de qualidade. Cita sobre a falta de articulação entre a área pedagógica e a de conteúdo específico, alunos despreparados, falta de interesse e motivação.
Quanto ao currículo
da UFU ela afirma que não oferecem disciplinas pedagógicas suficientes para
formar professores. E que há uma separação entre a teoria e a prática.
Pela sua pesquisa
nota-se que há um desejo de formar alunos reflexivos, mas as grades
curriculares não nos permitiram afirmar como esse objetivo tem sido viabilizado
através do oferecimento de disciplinas.
O curso de Didática e Prática de Ensino de Geografia deixa
claro a preocupação com as questões teórico-metodológicas. Como é o caso já
mencionado da UFU e da UEG ,a UFG também não forje a regra de que apenas as
disciplinas Práticas de Ensino e a Didática se preocupam em formar professores
e isso só acontece no quarto ano do curso de Geografia.
Após
a leitura e análise de E. F. Chaveiro, em sua dissertação de mestrado, que
faz uma avaliação do curso de Geografia da UFG”.
(1996) Goiânia. O autor chega às seguintes conclusões sobre o curso de
Geografia da UFG: Há
dificuldades em indicar a presença do objeto de estudo do curso nos conteúdos
e nas metodologias das disciplinas do curso; Após a leitura da grade
curricular, observa-se que sua lógica situa-se em dois sentidos: uma mesclagem
das disciplinas humanas com as disciplinas físicas e cartográficas, até no
terceiro ano, e há concentração das disciplinas “pedagógicas” no quarto
ano, na licenciatura, e das disciplinas do bacharelado no último ano.
Aparecendo duas dicotomias: uma teórica, entre as disciplinas “físicas” e
“humanas”, e outra profissional, entre as disciplinas de “formação
epistemológicas” as de formação “prático- profissional.
Aqui
se faz necessário abrir um parênteses para lembrar o que disse A . U. de
Oliveira ( 1984 pp.29/31) “Uns produzem a teoria, outros ensinam, portanto praticam a teoria`. Essa
divisão cria em nós uma falsa dualidade entre o professor e o pesquisador, que
tem sido a bandeira de geógrafos que pleiteiam a separação entre os cursos de
graduação para formação de professores ( licenciatura) e os para a formação
de pesquisadores ( os “profissionais geógrafos”), que hoje têm
grande parte de sua prática limitada pelos aparelhos
de planejamento de Estado”. Este autor adverte pelo perigo do
empobrecimento da Geografia e pela morte natural do ensino da Geografia nas
escolas e da formação crítica dos homens que serão o futuro da humanidade.e
ainda no final ele afirma: “O rumo da práxis é o caminho para
revolucionarmos a Geografia, ou melhor a sociedade”.
Pode
–se notar que a UEG não é diferente de muitas das Universidades brasileiras como a UFU e a UFG, pois os problemas curriculares, epistemológicos
e metodológicos estão também nas Universidades que se pesquisou. A
dificuldade na organização de um currículo de formação de professores de
Geografia que possa exercer sua profissão com consciência, é também uma das
dificuldades da UFG e da UFU. A prática de ensino ainda não atende a L.D. B.
com 800horas de estágio, devendo a Prática de ensino iniciar-se no 1º ano do
curso para formação de professores.
Mais uma vez
chega-se a conclusão que é necessário uma revisão nos currículos do curso
de Geografia na Região do cerrado e por que não do Brasil.
No dia 04/04/2001[2]
o MEC (Ministério da Educação . Conselho Nacional de Educação) divulgou
orientações para as diretrizes curriculares dos cursos de graduação dando
ampla liberdade na composição da carga horária a ser cumprida para a integração
dos currículos, assim como na especificação das unidades de estudo a serem
ministradas, e maior flexibilidade e maior preocupação em fortalecer a
articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa individual e
coletiva, assim como os estágios e a participação em atividades de extensão.
No dia 03/04/2001
o conselho Nacional de Educação/ Câmara Superior de Educação, divulgou as
diretrizes curriculares para os cursos de Geografia e se preocupa com a formação
não apenas do geógrafo – pesquisador como também para o geógrafo-
professor do ensino fundamental , médio e superior. No que se trata dos Estágios
e atividades complementares cita: “Os estágios e atividades complementares
fazem parte da necessidade de que haja articulação entre a teoria e a prática.”
Há uma preocupação com as mudanças curriculares nas IES. E pode-se notar que este trabalho tem muito a contribuir, pois a proposta aqui é contribuir para formar professores de Geografia que sejam capazes de atuar com pensamento reflexivo para as mudanças.
O currículo dos
cursos de Geografia deverá atender as mudanças das últimas décadas, e das
transformações pelas quais o mundo passa e que afetam profundamente o
cotidiano das pessoas, exige que a Geografia procure metodologias capazes de
explicar esta dinâmica.
Nos dias 22 e 23
de outubro aconteceu o primeiro
simpósio sobre a reforma curricular com o nome de “Desafios para construir a
UEG que Goiás precisa”. Há uma preocupação da UEG em fazer a reforma
curricular e neste simpósio a professora Lucíola Licínio de Castro P. Santos
da UFMG fez uma palestra que chamava atenção para a rotina e repetição fazem
o conhecimento prático tornar-se tão espontâneo que os profissionais não
mais refletem sobre o que estão fazendo mostrando para os organizadores do currículo
a necessidade de se fazer um currículo que forme profissionais reflexivos.
A proposta de
formação pedagógica para os professores de Geografia, como foi já explicado
anteriormente, foi estruturada a partir do E.H.C., da P.C. dos métodos
participatívos e da Aprendizagem Grupal. O nosso objetivo é contribuir para a
formação de alunos, futuros professores de Geografia reflexivos. Melhorando
assim a qualidade do ensino.
A partir desses fundamentos dos autores que foram mencionados , permitiu-nos estruturar toda a metodologia que foi dividida em três partes: a primeira com a fundamentação e apresentação da mesma; a segunda parte com as sua estruturação tendo em conta os aspectos estabelecimento do problema ou problematização, estabelecimento de hipóteses, as causas que propiciam os problemas e a busca de soluções.
O estudo da caracterização do processo de ensino de Geografia na U.E.G. de Pires do Rio, revela que seu início até o ano de 2001, não havia preocupação com a reflexão, tanto professores quanto alunos não se identificam como profissional reflexivo; Os alunos que ingressam no curso de geografia não tem claro o perfil de profissional que se forma e acabam entrando para o curso de Licenciatura pensando estar fazendo o bacharelado; No estudo dos resultados da análise do ensino de Geografia mostra que o currículo ainda é tradicional, mas fazendo comparações com outros currículos de Universidades brasileiras como a U.F.G. e a U.F.U. nota-se que não há grandes diferenças o currículo dessas duas Universidades também é tradicional. A preocupação em formar professores só aparece nos dois últimos anos dos cursos, o que não deixa de ser um aspecto preocupante para um curso de Licenciatura.
A proposta metodológica para formação de professores reflexivos fundamentada no Enfoque – Histórico- Cultural e na Pedagogia Crítica, com o uso dos Métodos Participativos e da Aprendizagem grupal, obtém resultados favoráveis através de trabalhos que culminam com as oficinas. Nestes se podem apreciar a melhoria do nível de preparação do futuro professor de Geografia, tanto no seu aspecto de cooperação, em aprender a si relacionar, quanto no aspecto da reflexão.
Recomenda-se
que a proposta de reestruturação do ensino de Geografia em um primeiro momento
neste trabalho, nos leva a crer que deve-se continuar a reformular os currículos
das Universidades para que eles possam dar condições para o professor
universitário trabalhar com conteúdos e métodos novos.
Que
se deve continuar trabalhando com metodologias participativas para
melhorar o pensamento reflexivo do professor, para que os alunos possam se
beneficiar do ensino participativo, onde haja mais cooperação, interação e
diálogo. A metodologia desenvolvida para o estudo da reflexão, pode ser uma
via para o estudo e desenvolvimento de outras qualidades do pensamento do
professor, tais como motivação,
critica, criatividade e outras.
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