CORPO – ESCOLA – CIDADANIA: desconstruindo para construir
Lenir Miguel de Lima*
Resumo
O presente trabalho relata a experiência e com-vivência com professores e professoras da Rede Municipal de Ensino que participaram de um curso sobre Corpo, Escola e Cidadania, desenvolvido em módulos entrelaçados entre si, tendo o corpo como eixo central. Partindo da desconstrução dos movimentos esteriotipados foram construídos novos movimentos que contribuíram para a revitalização da dança na escola.
Palavras chave: Corpo, desconstrução, construção, cidadania, dança.
São trinta anos de experiências acumuladas, que me dão o direito e me exigem estar aqui apresentando e desvelando os resultados de vinte horas de convivência com um grupo de professores e professoras da rede municipal de ensino de Goiânia.
Ao participar do Curso Educação em Direitos humanos: cultura da paz e cidadania, tive a grata satisfação de constatar o quanto podemos contribuir para a transformação desta ESCOLA “pré- moldada e engessada” que temos até hoje no Brasil/Goiânia.
O tempo não passou para muitos de nossos dirigentes , colegas e nosso prazer e alegria em conviver, participar, cooperar ainda incomodam. O som e o ritmo de nossos movimentos corporais ecoam e atrapalham a seriedade daqueles que pensam ... pensar.
Pensemos... um pouco... se cada um de nós antes da “seriedade”, (que traz rugas e doenças), praticássemos um pouco mais de contato social com nossos pares, talvez o “pensar” não pesasse tanto e nos enrugasse ainda mais!!!
SENTIR–PENSAR–AGIR são palavras bem utilizadas por Maria Augusta Gonçalves (1994) e que bem definem a tensão e a paixão da humanidade atualmente:
“A tensão e a paixão, que antes eram
descarregadas imediatamente na luta corporal, foram colocadas para dentro do
indivíduo, transformando-se em tensão interna constante, que aparece, no homem
moderno, em forma de ansiedade difusa, insatisfação e doença psicossomáticas”
( p.23).
Portanto, é na passividade, na imobilidade, na satisfação em forma alienada e alienante, que homens e mulheres participam, quotidianamente, vendo e ouvindo receitas de bem estar, lazer e prazer na mídia, na internet, etc.
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Professora Mestre da Universidade Federal de Goiás e doutoranda da Universidade de Valencia - Espanha
Numa história recente, tive decepções e pude refletir sobre a importância da Dança-educação na formação de professores e professoras de educação física. Ou seja, a dança como conteúdo das aulas de Educação Física, objetivando oportunizar aos estudantes a vivência do movimento corporal e artístico: o conhecer-se através de sua corporeidade, através de seus movimentos e formas corporais. Por acreditar na dança como um veículo de educação e de transformação pessoal e social, é que me permito responder à pergunta dos estudantes de Educação Física: “POR QUE A DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA?”
- Porque a humanidade sempre dançou expressando-se através de movimentos corporais nas diversas ocasiões.
- Porque a criança e o adulto sentem necessidade de moverem-se esteticamente, de mostrarem-se corporalmente, de relacionarem-se, e a dança lhes propicia isto.
- Porque a dança não deve estar enclausurada nas academias elitizadas e disponível a um número reduzido de homens e mulheres que sentem, pensam e agem.
- Porque dançar é um privilégio de homens e mulheres que sentem, pensam e agem; porque dançar, expressar-se corporalmente, é um veículo normal de significação, comunicação e expressão.
Porque:
“O movimento expressivo representa a forma assumida pelo corpo ao existir; e também é interiormente animado pela articulação do sentir e do mover-se, assim pela tensão próximo-distante, espaço próprio-espaço alheio, eu-outrem, e pela bipolaridade sexual” (Chalanguier, s.d. p. 18).
E finalmente, porque na Educação Física temos este espaço para ampliar a nossa cultura corporal e a de nossos(as) alunos(as) através da dança, portanto, não devemos permitir a dissociação entre o artístico e o educativo.
Minha história continua quando me vejo com estes professores e professoras da rede municipal de ensino, buscando um encontro com o corpo em sua singularidade pessoal e respeitando as características do grupo como unidade social.
A gramática corporal fala por si só e na sua comunicação não-verbal foi integrando este grupo social, até então, desconhecido. Nossa meta era próxima e bastante significativa. Tivemos a preocupação de trabalhar o tema ESCOLA–CORPO–CIDADANIA em quatro módulos entrelaçados entre si e com significações imbricadas, de tal maneira que o corpo foi o centro de nossas ações: CORPO E CULTURA; CORPO E COTIDIANO; CORPO E EDUCAÇÃO; CORPO E CIDADANIA. Assim, a partir de vivências corporais bem simples, conseguimos aproximar as pessoas que participaram deste mini-curso.
No primeiro módulo – CORPO E CULTURA – nosso objetivo foi o de reconhecimento do próprio corpo utilizando exercícios de sensopercepção e de auto-imagem, seguindo a técnica de Gerda Alexander (1983), que defende a idéia de uma tonicidade harmoniosa e equilibrada (EUTONIA), uma vez que, “toda perturbação modifica, não apenas o estado corporal, mas também o comportamento e o estado de consciência da pessoa” (p. 10).
Por isto optamos por iniciar com este “despertar” do próprio corpo que, segundo a autora acima mencionada, contribui para desenvolver a “consciência do espaço corporal”. Portanto, neste módulo, nosso objetivo foi, também, aproximar as pessoas participantes do mini-curso, que movimentando-se individualmente, descobrindo seus espaços corporais estariam modificando-se e beneficiando ao grupo como um todo. O trabalho corporal incluiu exercícios articulares, de alongamento e de novas maneiras de movimentar-se, como o caminhar com diferentes apoios dos pés no chão sentindo o corpo, ora pesado ora leve; “desconstruindo” uma postura rígida e “naturalizada” socialmente, portanto, descobrindo novas formas corporais de ser e estar. As experiências individuais de tato e contato com o ambiente, vivenciando os limites do próprio organismo, foram contribuindo e permitindo a identificação de cada indivíduo consigo mesmo.
“Enquanto através do tato permanecemos na periferia da pele, pelo contato ultrapassamos conscientemente o limite visível de nosso corpo. Através do contato incluímos em nossa consciência o campo magnético perceptível e eletricamente mensurável do espaço que nos rodeia” (Idem, p.18).
Experienciamos, também, os quatro componentes da ação utilizados por Feldenkrais (1977): movimento, sensação, sentimento e pensamento , a partir de exercícios que denominamos “dançar as partes do corpo, ocupar os espaços vazios da sala”, individualmente e em pequenos grupos, em diferentes direções, ritmos, andamentos, formas e apoios do corpo. Para um melhor relacionamento dos(as) companheiros(as) e, com o objetivo de conhecer e confiar nas outras pessoas , utilizamos o exercício de massagem em pequenos grupos – “A MÁQUINA DE LAVAR”[1] - que propicia, não só o relaxamento individual como, também, uma aproximação entre as pessoas do grupo.
Posteriormente, realizamos a leitura e discussão do livro “Da cultura do corpo” de Jocimar Daolio (1995), quando as diferentes abordagens corporais, nas distintas etnias e culturas foram apontadas tendo como ponto de reflexão o seguinte texto: “no corpo estão inscritos todas as regras, todas as normas e todos os valores de uma sociedade específica, por ser ele o meio de contato primário do indivíduo com o ambiente que o cerca” (p. 39).
Considerando-se, ainda, que princípios, valores e normas diferentes representam distintas culturas e estas subscrevem nos corpos manifestações diferentes. São representações simbólicas culturais, que estão expressas nos corpos de acordo com cada cultura e que vão sendo incorporadas a ele. A cultura é aprendida e apreendida através do corpo. Assim, uma nova palavra, uma nova expressão, novo comportamento, vão sendo incorporados ao repertório cognitivo do indivíduo (Idem, p.40).
No módulo II – CORPO E COTIDIANO – novas experiências foram realizadas utilizando-se o vídeo “O poder da dança”, onde Dambroise (dançarino e coreógrafo francês) mostra um trabalho realizado com crianças de diferentes culturas e etnias. Neste vídeo são retratadas as diferentes culturas com suas danças características e peculiares, abrindo-se o debate e a reflexão sobre este tema. Trabalhamos, também, com revistas e livros de diferentes países que, ao serem manuseados e observados, mostravam o corpo e suas diferentes posturas nas distintas etnias.
Na perspectiva da descoberta e
desconstrução dos estereótipos, usamos os exercícios propostos por Haselbach
(1988), que proporcionam vivências com o ritmo, a dinâmica, os níveis e as
formas corporais baseando-se na improvisação em dança.[2]
Num trabalho de interação dos participantes, foram propostos movimentos em que
as duplas mantinham o contato de determinadas partes do corpo (antebraços,
costas) e experienciavam formas e movimentos não convencionais, descobrindo-se
e descobrindo o(a) outro(a). Também utilizamos exercícios baseados no
trabalhos de Joyce Collen Ward, da Associação Americana de Saúde, Educação
Física e Recreação (AAHPER), que partindo dos simples gestos do cotidiano, dá-se
início à uma montagem coreográfica. Daí, utilizamos destes mesmos elementos
para construir pequenas composições de formas e movimentos corporais. Ao
escolher um movimento e/ou mímica do gesto cotidiano, o espaço pessoal ou
Kinesfera de cada participante tem uma grande importância enquanto o
conscientiza em relação ao espaço ocupado pelo próprio corpo. Nossa referência
foi, portanto, as linhas, os planos e os volumes do corpo que vão se
movimentando ao redor das dimensões: altura, largura e profundidade
(Arruda,1988). E, ainda, seguindo os pressupostos teóricos de Helenita Sá Earp
(1972) quanto à geometria do movimento, exploramos os planos
(vertical/horizontal), as figurações axiais e lineares.[3]
Tendo, também, esta improvisação uma característica de troca: ação e reação
entre os parceiros, complementando os espaços vazios das formas corporais, ou
quando em movimento os(as) parceiros(as) tentam modificar o fluxo do mesmo com
paradas ou interrupções complementando-se como uma unidade, não se
distinguindo o líder da ação (Haselbach, 1988: 16).
Assim, os gestos do cotidiano vão se transformando em movimentos e formas elaboradas, quando adicionamos aos mesmos alguns elementos característicos da dança: saltos/quedas, voltas/giros e deslocamentos. Foram, também, acrescentados aos mesmos a dinâmica (forte/suave), o andamento (rápido/lento) proporcionado uma diversificação no movimento original/cotidiano. A partir de trabalhos em pequenos grupos estes movimentos foram se somando uns aos outros dando origem a uma composição coreográfica. Para quebrar a monotonia da repetição uniformizada dos movimentos, utilizamos os elementos coreográficos de Sá Earp, ou seja, execução em Unimoto, Sucessão, Cânon[4], usando também as diferenças de níveis (baixo/médio/alto) do movimento e/ou formas corporais.
No módulo III – CORPO E EDUCAÇÃO – objetivamos discutir e refletir sobre o controle e a disciplina do corpo na sala de aula. Para isto utilizamos trechos dos filmes “Tempos Modernos” e “The Wall” e de um vídeo-experimental sobre “Escola de Samba” com alunos(as) da FEF/UFG.
Como vivência e prática corporal em sala de aula, trabalhamos alguns exercícios de alongamento utilizando-nos das próprias carteiras escolares. O principal objetivo desta atividade foi exemplificar como se pode trabalhar o corpo em espaços reduzidos e refletir sobre a imposição das carteiras enfileiradas que impedem a participação efetiva dos(as) alunos(as) nas aulas. Isto ficou bastante claro no filme “The Wall” (Pink Floyd), principalmente, quando as crianças aparecem enfileiradas e se encaminham para a “máquina da educação” que homogeneiza a todos, desrespeitando a individualidade de cada um. Vale ressaltar a letra da música que diz:
“Não
precisamos de Educação,
Nem que
controlem nossos pensamentos,
Nem do
sarcasmo na sala de aula.
Ei,
professor deixe as crianças em paz!
mais um
tijolo no muro.”
Pink Floyd – The Wall (filme e disco)
Esse espaço disciplinar que
mecaniza o ensino para melhor vigiar, hierarquizar e recompensar o saber, onde o
“adestramento” permite a correta disciplina e, como bem diz Foucault, é um
observatório, ou seja: “o sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida
ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e
sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame”. (p.153)
A contribuição da dança ou qualquer outra atividade corporal na escola, ao contrário da idéia do “bom para relaxar as crianças”, “para descarregar as tensões”, “acalmar e conter a agressividade”, deve ser aquela que instrumentalize os alunos para construir conhecimentos. “O corpo em movimento, portanto, assume papel fundamental hoje em dia e a dança enquanto forma de conhecimento torna-se praticamente indispensável para vivermos presentes, críticos e participantes em sociedade”. (Marques, 1997: 23)
A sala de aula com seu mobiliário austero e cerceador dos movimentos corporais, fica utilizada de maneira a desconstruir os “velhos espaços” e construir “novos”: As carteiras foram usadas como túneis (passando-se por baixo delas) ou como pontes (passando-se por cima) e descobrindo-se novas formas de transitar próximo e/ou longe das mesmas. Retiradas as carteiras e mesas um novo espaço foi oferecido aos participantes que, deslocando-se livremente pela sala, iniciavam um “diálogo diferente”. Ao passar umas pelas outras, as pessoas se cumprimentavam, olhando-se e manifestando diferentes emoções (alegria, tristeza, desânimo) ou falando uma palavra ou número variando o tom de voz, alterando o timbre, suspirando, soluçando, murmurando, e assim por diante. Portanto, essa desconstrução do espaço formal estabeleceu novas regras disciplinares sem ameaças e sem punições, para iniciar um novo jogo, que tem um outro significado como diz Marcellino (1994): “Jogar significa colocar algo em jogo, e assim, colocar-se em jogo”. (p.62)
Estar disponível para responder aos estímulos dos jogos expressivos e/ou dramáticos como aquele “Quem está aqui?”[5]. Ou o jogo “Eu sou”[6], que permite reforçar nossa auto-afirmação, nosso posicionamento corporal perante o grupo e nossa disponibilidade de conhecer e ser reconhecido. Ainda utilizando a temática da obediência e disciplina exigidas na Escola, propus o “jogo dos opostos” (Freire, 1994: 46), que tem a ver com a relação atividade corporal/representação mental. Esse jogo satisfaz às crianças (adultos) porque vai ao encontro de seus desejos de fazer o que é proibido. Ou seja, “fazer o contrário do que lhes mandam fazer e que muitas vezes não tem o menor sentido para eles”. (Idem, p.47)
A satisfação dos adultos é semelhante à das crianças, porque provoca formas de equilíbrio entre afirmações/negações. O resultado foi bastante interessante, fazendo o grupo refletir sobre estes valores ensinados na escola e que muitas vezes são mais valorizados que os conteúdos das disciplinas.
O módulo IV – CORPO E CIDADANIA – teve o propósito de discutir nossa inserção como educadores e cidadãos partindo dos elementos constitutivos da cidadania, dos signos e símbolos sócio-culturais. Tais elementos propiciam a comunicação entre os indivíduos e, portanto, como afirma Rector (1986) contribuem na interação social: “comunicar significa compartilhar os modos de vida e o comportamento global, através de um conjunto de normas estabelecidas pelo homem para o homem”. (p.26)
As mensagens recebidas e transmitidas através dos gestos identificam comportamentos sócio-individuais que são integrantes da tradição cultural.
Os signos não-verbais, importantes neste mini-curso, proporcionam ao corpo humano signos lingüísticos equivalentes aos diferentes movimentos. Portanto, o corpo humano, nesta linguagem corporal “é um conjunto de comportamentos somáticos altamente organizados e portadores de signos explicitamente convencionais, passíveis de tradução para o código verbal” (Idem, p.17).
Aos participantes deste mini-curso foram propiciados vários exercícios com objetivos de buscar estes signos e símbolos sociais e decodificá-los em gestos corporais.
Dois exercícios utilizados foram bastante produtivos e propiciaram aos participantes experiências corporais diversificadas. No primeiro, utilizamos balões para estimular a busca de movimentos não convencionais – o balão tocando diferentes partes do corpo (individual, aos pares e pequenos grupos). No segundo, os alunos se reuniram em pequenos grupos e escolhendo um determinado ambiente pesquisaram todos os sons possíveis daquele local. Depois interpretaram os sons sem movimentos corporais e depois com movimentos corporais. Por último, sons corporais e/ou onomatopéicos imitando uma Máquina Humana, como movimentos repetitivos e complementando aos demais companheiros(as).
Como experiência de grupo e de avaliação, os participantes se dividiram em cinco grupos e criaram composições coreográficas, com sons e movimentos com os seguintes temas: Autonomia, Liberdade, Democracia, Participação e Cooperação.
Para concluirmos, gostaria de salientar o grande interesse dos participantes que apresentaram trabalhos coreográficos diferenciados explorando as diferentes vertentes e respeitando as individualidades de cada grupo. Como havia salientado no início deste texto, para mim foi uma experiência gratificante trazendo-me de volta o entusiasmo e a vontade de continuar este trabalho. Finalizo admitindo que devemos mudar nossas estratégias educacionais para trabalhar este conteúdo nas escolas de formação de professores de Educação Física. Assim, talvez consigamos sensibilizar os(as) alunos(as) da importância deste conteúdo, não somente para aplicação nas escolas, mas também para cada um em particular.
BIBLIOGRAFIA
ALEXANDER.G. Eutonia: um caminho para a percepção corporal. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
CHALANGUIER, C. & BOSSU, H. A experiência corporal: método e prática. Rio de Janeiro. Entrelivros, s.d.
DAOLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas–SP: Papirus, 1995.
FELDENKRAIS, M. Consciência pelo mar. São Paulo, Summus: 1977.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Rio de Janeiro, Editora Vozes: 1977.
FREIRE, J.B. Educação do corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. 4ed. São Paulo: Scipione, 1994.
GONÇALVES, M.A.S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. Campinas–SP: Papirus, 1994.
HASELBACH, B. Dança, improvisação e movimento: expressão corporal na Educação Física. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1988.
MARCELLINO, N.C. A sala de aula como espaço para o jogo do saber. In: MORAIS, R. Sala de aula: que espaço é esse? 7ed. Campinas–SP: Papirus, 1994.
MARQUES, I.A. Dançando na escola. Rio Claro. Revista Motriz – vol.3, n.1, junho/1997.
RECTOR, M. & TRINTA, A.R. Comunicação não-verbal: a gestualidade brasileira. 2ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
SÁ EARP. Síntese sobre o estudo do movimento. Rio de Janeiro: UFRJ, mimeo, 1972.
WARD, J.C. Dança moderna. São Paulo, mimeo. s.d.
[1]
Máquina de lavar: é uma vivência corporal com um grupo de cinco pessoas,
sendo que uma delas fica de pé no centro do grupo e recebe os toques das mãos
dos colegas, de acordo com as fases da máquina de lavar. 1)
Molho: a pessoa do centro é abraçada por todos deste grupo. 2)
Ensaboar: recebe massagens com movimentos circulares das mãos. 3)
Enxaguar: massagem deslizando as mãos sobre a pele. 4)
Torcer: massagem com movimentos torcendo
a musculatura (suavemente). 5) Secar:
soprar todas as partes do corpo. 6)
Passar: movimentos sutis das mãos, deslizando por todo o corpo sem tocá-lo.
[2] “Improvisar significa executar algo, sob certas condições, não previamente planejado, adaptar-se às dificuldades, tornando-se ponto de partida para um mudança individual ou composição concreta” (Haselbach, 1988: 07).
[3] “Figurações axiais: modificações da continuidade anatômica em relação ao eixo corporal. Atitudes estendidas ou flexionadas dos membros inferiores e/ou superiores, em bases de apoio , diferentes graus de rotação, diferentes graus de elevação e contato dos pés com o solo. Figurações lineares: desenhos no espaço através de movimento liberado, passagem de um momento de movimento a outro” ( Sá Earp,1972:22)
[4] Unimoto: todos executam o mesmo movimento ao mesmo tempo. Sucessão: um grupo ou elementos pré-determinados executam movimentos iguais ou diferentes em momentos sucessivos. Cânon: movimento em “onda”, como sugere o Cânon na música.
[5] Aos pares, “A” pergunta para “B” – Quem está aqui? e “B” responde: com um olhar; com um gesto; com um som; com uma forma corporal (e vice-versa).
[6] O grupo se divide em 2 fileiras, frente a frente, formando um corredor. “A” inicia seu passeio pelo corredor e quando chega ao final, grita: “Eu sou Maria” e “B” a recebe com um abraço.