OS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM: O CLUBE DE MATEMÁTICA
Wellington Lima
Cedro[1]
Consideramos a educação uma prática social (BRANDÃO, 1995). Na discussão
sobre uma organização do ensino que possa promover uma aprendizagem adequada
para as crianças, torna-se necessário considerar o locus destinado a
este processo e as formas como os lugares e espaços podem ser analisados e
organizados. Por exemplo, Scheflen e Aschcraft (1976) discutem uma fenomenologia
dos comportamentos organizadores de “territórios”; Cardi (1994), Canário
(2000) e Canário, Alves e Rolo (1999) abordam os “territórios” escolares e
a escola; Lotman e Ouspenski (1976) discutem uma semiótica que estuda a cultura
como uma metalinguagem e Certeau (1994) que examina as ordens e as taxinomias da
ordem espacial. Dentre todos estes trabalhos, é em Certeau que encontramos uma
distinção entre lugar e espaço, que servirá de fundamento para a nossa
definição de espaço de aprendizagem. Certeau (1994, p.201) define o
seguinte: “Lugar é a ordem (seja qual for) segundo a qual se
distribuem elementos nas relações de coexistência. (..). Um lugar é portanto
uma configuração instantânea de posições. Implica uma indicação de
estabilidade”. Já “o espaço
é um lugar praticado” (CERTEAU, 1994, p.202). A existência do espaço
está condicionada ao seguinte:
Existe
espaço sempre que se tomam em conta vetores de direção, quantidades de
velocidade e a variável tempo. O espaço é um cruzamento de móveis. É de
certo modo animado pelo conjunto de movimentos que aí se desdobram. Espaço é
o efeito produzido pelas operações que o orientam, o circunstanciam, o
temporalizam e o levam a funcionar em unidade polivalente de programas
conflituais ou de proximidades contratuais (CERTEAU, 1994, p.202).
Porém, de todos os lócus possíveis onde possa ocorrer o ensino e
a aprendizagem, a escola, sem sombra de dúvidas, tornou-se o mais natural.
Segundo, Canário (2001, p.3) “Ao longo dos dois últimos séculos, este tipo
de organização (a escola), que é histórico e contingente, sofreu um
processo de naturalização que lhe confere um caráter inelutável e o faz
aparecer como ‘natural’”.
Para evitar este “encapulsamento” da aprendizagem escolar há
necessidade então de se construir e de se organizar adequadamente os espaços
de aprendizagem. Cortella (2000, p.137, grifo do autor) aponta que “o prioritário,
para aqueles que discordam da forma como a sociedade (No nosso caso mais
especifico a escola) se organiza, é construir coletivamente os espaços
efetivos de inovação na prática educativa (...)”.
Atendendo a demanda pela criação de espaços efetivos de inovação
proposta por Cortella (2000), passaremos a definir o termo espaço de
aprendizagem, da seguinte forma:
Espaço de aprendizagem é o lugar da realização da
aprendizagem dos sujeitos orientado pela ação intencional do outro.
Esta intencionalidade é conseguida por meio das atividades
orientadoras de ensino. Moura (1996) chamou de atividade orientadora de
ensino, toda atividade que se estrutura de modo a permitir que os sujeitos
interajam, mediados por um conteúdo, negociando significados, com o objetivo de
solucionar coletivamente uma situação-problema. Ela é considerada orientadora
“porque define os elementos essenciais da ação educativa e respeita a dinâmica
das interações que nem sempre chegam a resultados esperados pelo professor”
(MOURA, 2001, p. 155).
As características principais da atividade de ensino são as seguintes de
acordo com Moura:
A
atividade, (...), é do sujeito, é problema, desencadeia uma busca de solução,
permite um avanço do conhecimento desse sujeito por meio do processo de análise
e síntese e lhe permite desenvolver a capacidade de lidar com outros
conhecimentos a partir dos conhecimentos que vai adquirindo à medida que
desenvolve a sua capacidade de resolver problemas. A atividade é desse modo um
elemento de formação do aluno e do professor (MOURA, 2000, p.35).
Este duplo movimento da atividade de ensino é
corroborado pelas idéias de Hedegaard (1990, p.211) que propõem um movimento
duplo no ensino baseado no conceito de zona de desenvolvimento proximal: “o
professor deve guiar o ensino com base nas leis gerais, enquanto as crianças
devem se ocupar com essas leis gerais na forma mais clara por meio da investigação
das manifestações dessas leis”, utilizando as palavras de Moura (2000,
p.35), “Um (o aluno) se modifica ao trocar significados; o outro (o
professor), a partir da criação de novas ferramentas para favorecer a
aprendizagem, revê objetivos educacionais, conteúdos e estratégias de ensino
num processo contínuo de avaliação de seu trabalho”.
A atividade de ensino assume, portanto, o papel do elemento
organizador e formador da aprendizagem da criança. Sendo assim, o objetivo do
professor é levar a criança a dar forma ao modo teórico por meio do qual um
problema pode ser solucionado em uma situação de aprendizagem, que é
considerada como um problema de aprendizagem. Porém, este termo (GARNIER,
BEDNARZ & ULANOVSKAYA, 1996, p. 14) “não designa um problema concreto que
deve ser resolvido empiricamente, mas, um problema que corresponde a uma classe
de problemas, organizados de acordo com a análise do conceito teórico”.
A partir daí, com a elaboração de um “modo de ação generalizado”
(RUBTSOV, 1996) é possível a abordagem de problemas concretos que são
focalizados pelo problema de aprendizagem. Decorrente disto, a atividade de
aprendizagem, que na nossa concepção está inserida na atividade de ensino,
permite a introdução das bases necessárias para o desenvolvimento das crianças,
formando-as na reflexão teórica, na análise e no planejamento. O que fica
evidente aqui é que estas situações objetivam a apreensão dos conceitos teóricos,
que para Garnier, Bednarz & Ulanovskaya (1996, p.15), “corresponde a uma ação
mental especial, uma espécie de reflexão acerca de um objeto material que,
simultaneamente, constitui o meio para sua reconstrução ideal, mental, por
parte do pensamento”.
As questões relacionadas à formação do conhecimento
teórico, que é considerado uma “forma abreviada para
a abstração, a generalização e o conceito em sua unidade” (DAVYDOV, 1982,
p.360) constituem
um dos três contextos (contexto da descoberta, contexto da prática social e
contexto da crítica) que caracterizam um espaço de aprendizagem.
Caracterizemos o espaço de aprendizagem por meio destes três contextos.
Primeiro, há necessidade de um contexto de descoberta dentro do
processo de aprendizagem dos aprendizes. Este contexto é criado com base nas idéias
de Davydov (1982, 1988, 1988b) sobre a formação de conceitos teóricos a
partir da ascensão do abstrato para o concreto que possui, segundo Engestrom,
dois atributos característicos:
Primeiro,
a ascensão do abstrato para o concreto se move do geral para o particular
porque os estudantes inicialmente buscam e registram o “germe” primário
geral, em seguida deduzem vários aspectos particulares do assunto usando esse
“germe” como esteio principal. Segundo essa estratégia é essencialmente
genética, visando descobrir e reproduzir as condições de origem dos conceitos
a serem adquiridos (ENGESTROM, 1991, p.185).
Segundo precisamos ter um contexto
da aplicação prática social dentro ou fora da escola. Lave e Wenger
(1991) consideram que a aprendizagem é uma das características da prática
social e de acordo com Engestrom a aprendizagem participativa em comunidades de
prática é efetiva:
(a)
Quando os participantes têm amplo acesso a diferentes partes da atividade e
terminam procedendo à plena participação nas tarefas nucleares, (b) quando há
abundante interação horizontal entre os participantes, mediada especialmente
por histórias de situações problemáticas e suas soluções, e (c) quando as
tecnologias e estruturas da comunidade de prática são transparentes, isto é,
quando seus mecanismos internos estão disponíveis para a inspeção do
aprendiz (ENGESTROM, 1991, p.189).
Finalmente necessitamos do contexto da crítica, que para Engestrom
(1991, p.192) significa que “(...) os aprendizes precisam, antes de tudo, ter
uma oportunidade de analisar criticamente e sistematicamente sua atividade prática
e suas conclusões internas”. Além disso, “os aprendizes precisam ter a
oportunidade de elaborar e implementar na prática um caminho alternativo, um
modelo novo de fazer trabalho. Em outras palavras, os alunos têm de aprender
algo que ainda não está ali; eles adquirem sua atividade futura enquanto a vão
criando” (ENGESTROM, 1987).
Na Rússia dos anos 30, um grupo de psicólogos (Lev
Vygotsky, Aléxis Leontiev e Alexander Luria, a chamada “troika”),
constituiu o alicerce da escola histórico-cultural, decididos a promover uma
mudança na abordagem da compreensão e transformação da vida humana presentes
nas teses de Feuerbach, formula os conceitos básicos de uma nova linha teórica
da psicologia denominada de Teoria da Atividade histórico-cultural. Eles
desenvolveram a idéia de que o homem não reage diretamente ao meio, ou seja, não
reage meramente com os seus reflexos inatos, e sim que a relação entre o
sujeito humano e os objetos do meio é mediada por signos, significados e
ferramentas culturais.
No processo evolutivo da Teoria da Atividade podemos identificar, de
acordo com Engestrom (1998), três gerações de pesquisadores. Os trabalhos
desenvolvidos por Vygotsky e seus seguidores constituem a primeira geração, a
qual centrou-se principalmente sobre o conceito de mediação.
A segunda geração, que teve como principal fundamento os trabalhos
desenvolvidos por Aléxis Leontiev, focou-se sobre as inter-relações entre o
sujeito individual e a sua comunidade. Já a terceira geração, que tem entre
um dos seus expoentes Yrjo Engestrom, “pretende desenvolver ferramentas
conceituais para compreender os diálogos, as múltiplas perspectivas e redes
dos sistemas de atividade interativa” (DANIELS, 2001, p.121).
Para Vygotsky, o precursor da Teoria da Atividade, o principal meio de
mediação da ação era a linguagem. Ele mostrou que a linguagem é usada
inicialmente na interação entre adultos e crianças como um meio para comunicação
e colaboração, posteriormente ela é internalizada num meio para a criança
controlar e pensar sua própria atividade, em outras palavras, que somente por
meio dos outros é que podemos nos realizar (VYGOTSKY, 1993).
Resumindo com poucas palavras, o que a abordagem histórico-cultural
pretendia era “encontrar uma síntese para uma nova ciência humana, que numa
perspectiva mais holística, procurava estudar o homem enquanto unidade indissolúvel
de corpo e mente, ser biológico e ser social, membro da espécie humana e
participante do processo histórico-cultural” (FICHTNER, 1996, p.9).
Alguns críticos dos trabalhos de Vygotsky levantam como um dos limites
desta perspectiva, o fato de que ele restringiu seus estudos à linguagem,
desprezando os outros meios culturais. Na tentativa de propor uma solução para
esta situação houve a introdução do conceito de atividade por meio do
pesquisador Aléxis Leontiev que com isto passou a ser a fonte de inspiração
do que se considera a segunda geração da teoria da Atividade histórico-cultural.
Esta mudança qualitativa somente foi conseguida por meio da reconstrução do
conceito Marxista de divisão do trabalho, que passou a ser considerado como um
processo histórico fundamental para a evolução das funções mentais (ENGESTROM,
1998). Para Leontiev, a atividade individual somente existe num sistema de relações
sociais, nas quais o trabalho situa-se no ponto central destas relações. Nas
palavras de Leontiev:
Designamos
pelo termo de atividade os processos que são psicologicamente determinados pelo
fato de aquilo para que tendem no seu conjunto (o seu objeto) coincidir sempre
com o elemento objetivo que incita o sujeito a uma dada atividade, isto é, com
o motivo (LEONTIEV, 1978, p.315).
A análise do conceito de atividade nos faz perceber “inicialmente a
natureza essencialmente social do homem; posteriormente que a consciência
humana é uma forma de atividade interna e finalmente faz atentar para a
personalidade do indivíduo na sua individualidade” (FICHTNER, 1996, p. 10).
Estes pontos indicam a necessidade de fazer a distinção entre a atividade
coletiva e a ação individual.
Para fazer esta distinção Leontiev (1978) usou do exemplo de uma caçada
coletiva primitiva; existem aqueles indivíduos encarregados de bater a caça e
outros de espreitá-la e apanhá-la. Todos os sujeitos participantes da caçada
têm como necessidade à procura e fornecimento de alimentos para o grupo, mas
além disto, cada indivíduo também realiza a atividade de trabalho para
satisfazer uma necessidade particular, um desejo pessoal. Porém, a atividade de
um batedor não está orientada diretamente para a satisfação de sua
necessidade. A sua ação, assustar a caça e orientá-la na direção dos
outros caçadores, faz parte da atividade coletiva de trabalho, sendo que o
resultado desta é que irá atender às suas demandas particulares. Resumindo,
para este batedor primitivo a atividade seria a caçada, enquanto que o espantar
a caça constitui a sua ação.
Neste exemplo, além de percebermos a distinção entre uma atividade
coletiva e uma ação individual, pode-se também estabelecer níveis de
funcionamento da atividade, os quais estão intrinsecamente relacionados aos níveis
evolutivos da vida que apresentam etapas qualitativas distintas. Estas etapas e
níveis diferentes formam o que Leontiev chamou de modelo de três níveis da
atividade, no qual ele faz a distinção entre o que é atividade, ação e
operação. Porém, deve ficar claro que a atividade não pode ser considerada
um mero processo aditivo. As ações não são elementos especiais separados,
que são incorporados à atividade. “A atividade humana não pode existir de
outra maneira que na forma de ações ou grupo de ações” (LEONTIEV, 1983, p.
84). Vejamos um quadro que representa o modelo de três níveis organizado por
Engestrom (1998):
Nível |
Orientado
para |
Realizado
por |
Atividade |
Objeto/motivo |
Comunidade |
Ação |
Objetivo |
Indivíduo
ou grupo |
Operação |
Condições |
Rotinas
humanas ou mecânicas |
Analisemos separadamente cada um destes níveis da atividade. Um processo
somente pode ser considerado uma atividade propriamente dita, se conseguirmos
identificar o seu objeto ou motivo. Para Leontiev (1983, p.84) “o objeto da
atividade é seu motivo real”, porém, o mais importante é que mais além
dele está sempre a necessidade. O motivo da atividade depende somente de uma
zona de objetivos objetivamente adequados. Para a realização de uma atividade
há necessidade de um conjunto de ações relacionadas a objetivos parciais, que
podem ser retirados do objetivo geral. Sendo assim, a característica dos graus
superiores de desenvolvimento consiste no papel que o objetivo geral realiza,
pois, a partir do momento em que se torna um motivo consciente, ele se
transforma em um motivo-objetivo.
Podemos considerar a atividade como um sistema dinâmico, uma unidade dinâmica,
mediadora entre o indivíduo e a sua sociedade. “Este sistema dinâmico
representa uma formação coletiva construída ao longo de um processo histórico-social
mediado por meio de instrumentos e signos comuns concentrados num objeto ou
motivos igualmente comuns” (FICHTNER, 1996, p. 12).
Observemos um esquema simplificado de um sistema de atividade elaborado
por Engestrom (1987, p. 78), que sugere a possibilidade da análise múltipla
das relações dentro de uma estrutura triangular da atividade. Contudo, o ponto
principal é perceber o sistema como um todo, não como conexões distintas:
Figura
1: O sistema de atividade.
O sujeito refere-se ao
individual ou a subgrupos cuja ação é escolhida como ponto de vista na análise.
O objeto refere-se à “matéria bruta” ou “espaço problema” no qual a
atividade é direcionada e na qual é moldada e transformada em resultado, com a
ajuda do físico e do simbólico, dos instrumentos de mediação externos e
internos, incluindo tanto ferramentas como signos.
A comunidade compreende múltiplos
indivíduos e/ou subgrupos que compartilham o mesmo objeto geral e que são
construídos como distintos de outras comunidades As regras referem-se as regulações, normas e convenções (explícitas
e implícitas) que limitam ações e interações dentro do sistema atividade.
A divisão do trabalho refere-se
tanto à divisão horizontal das tarefas entre os membros da comunidade, quanto
à divisão vertical do poder e do status.
Abordemos
agora o segundo nível da atividade, que é constituído pelas ações, as quais
são definidas por Leontiev (1983, p. 83), como sendo “os processos que se
subordinam à representação daquele resultado que acaba de ser alcançado, é
assim o processo subordinado a um objetivo consciente”. Em outras palavras, as
ações têm como principal característica o seu vínculo com seus objetivos
explícitos. Para Leontiev (1983, p. 86):
Os
objetivos não se inventam, não são planejados pelo sujeito a seu arbítrio.
Os objetivos estão dados dentro de circunstâncias objetivas. Conjuntamente, a
discriminação e concretização dos objetivos são um ato que dista muito de
ser automático e monofacético, sendo que é um processo relativamente
prolongado no qual a ação incide sobre os objetivos e donde, permite-se à
expressão, e se produz à saturação objetal dos mesmos.
O
sujeito ao realizar uma ação responde a uma tarefa: o objetivo, dado ante as
condições determinadas. Sendo assim, a ação possui uma característica
particular, o seu componente gerador peculiar, que são justamente as formas e métodos
de sua realização, concretização.
Intimamente
ligadas às ações, as operações são definidas como sendo as formas de
realização de uma ação. A operação é o resultado de sua inclusão dentro
de uma outra ação e a tecnificação da mesma que se produz.
A diferenciação entre a ação e a operação torna-se evidente quando
da ação com instrumentos. Pois num “instrumento (um objeto material) é que
estão presentes os métodos, as operações, e não as ações, e nem os
objetivos” (LEONTIEV, 1983, p. 87). Uma das características principais das
operações é que elas são realizadas automaticamente, sem exigir da consciência
do sujeito.
Como
forma de promover uma síntese do que foi dito até agora sobre atividade,
podemos dizer que o fluxo geral da atividade ocorre da seguinte forma:
inicialmente há o desprendimento de distintas ou especiais atividades que estão
direcionadas para o motivo que as impele; posteriormente as ações ou processos
se desprendem relacionadas a objetivos conscientes e por fim surgem as operações
que dependem intrinsecamente das condições para a concretização do objetivo
real dado.
Dentro
desta estrutura geral da atividade, como em toda em toda atividade humana
produtiva, surgem contradições e estas são sempre renovadas “pela luta
entre as ações individuais e a atividade geral do sistema” (ENGESTROM, 1987,
p.55). Tendo como principal conceito à idéia de que as mudanças e
desenvolvimento nos sistemas de atividade ocorrem pela força diretora das suas
contradições internas, surge a última geração da Teoria da Atividade histórico-cultural,
que se desenvolveu a partir da década de 70 com a ocidentalização desta
abordagem. Estas contradições permeiam toda uma rede de sistemas de atividade;
e aqui deve ficar claro que um sistema não existe isolado, dentro do vácuo,
ele está em uma contínua interação com outros sistemas. A análise histórica
das contradições internas das formas socialmente organizadas de aprendizagem
possibilita a construção do conceito de atividade de aprendizagem. Nos
“termos da Teoria da Atividade, estamos nos referindo a um novo tipo de
aprendizagem, que se opõem a milhares de anos da tradicional aprendizagem
escolar” (FICHTNER, 1985, p.47).
É de conhecimento de todos que cada indivíduo está num constante
processo de apropriação de conhecimento durante toda a sua vida. Davydov
(1999) aponta que é particularmente na infância que o processo de aprendizagem
encontra-se bastante intenso e é realizado por meio da comunicação com outras
pessoas, por meio de brincadeiras, por meio do jogo e do esporte e por meio das
obrigações sociais.
Sendo assim a atividade de aprendizagem torna-se a atividade principal ou
dominante da criança durante os primeiros anos da sua escolarização. Para
Leontiev, não são todas as atividades que influenciam o desenvolvimento da
criança, existem algumas que são dominantes e outras secundárias em dado estágio
da vida do sujeito e são estas atividades diretoras, dominantes que determinam
o real desenvolvimento do psiquismo na criança. Para Elkonin (apud GARNIER,
BEDNARZ & ULANOVSKAYA, 1996, p. 14) estas atividades “são as que reúnem
as melhores condições para o período de desenvolvimento ao qual correspondem;
não são forçosamente as que aparecem mais freqüentemente e nem as mais típicas”.
Resumindo, a atividade dominante é aquela cujo desenvolvimento condiciona as
principais mudanças nos processos psíquicos da criança e as particularidades
psicológicas da sua personalidade num dado estágio do seu desenvolvimento.
A atividade de aprendizagem,
dominante num dos períodos do desenvolvimento da criança, teve a sua análise
teórica realizada por V. V. Davydov (1999; 1988; 1988b; 1982), um dos
pesquisadores pertencentes ao grupo de Leontiev. De acordo com Garnier, Bednarz
& Ulanovskaya (1996, p. 14), “a atividade de aprendizagem não está
ligada ao desenvolvimento de habilidades específicas, mas, para além do
aprendizado de uma habilidade qualquer, consiste em aprender a aprender”.
Davydov (1999) caracterizou a atividade de aprendizagem da seguinte forma.
Primeiro, ela deve ter todos os atributos do conceito geral de atividade, já
abordado na seção anterior. Segundo, esta atividade também tem um conteúdo
específico dirigido ao objeto, pelo qual elas diferem de um e outro tipo de
atividade humana. Terceiro, a atividade de aprendizagem necessariamente envolve
alguma criação ou reformulação de elementos.
Com estas características a atividade de aprendizagem para as crianças,
passa a ser a única forma de apropriação de conhecimentos e habilidades, ou
seja, “com a finalidade de aprender, em aula, a criança deveria aprender e
apropriar-se dos conhecimentos e habilidades no processo de atividade de
aprendizagem completamente desenvolvida” (Davydov, 1999, p.125). Porém, para
isto acontecer às crianças precisam ter uma necessidade interna e um motivo
para realizá-la, pois a atividade de aprendizagem abrange a transformação do
objeto a ser apropriado e implica que algum novo produto mental, isto é,
conhecimento, é recebido.
Davydov (1982, 1988b e 1999),
Rubtsov (1996) e Semenova (1996) apontam que o processo de aprendizagem é
realizado pelas crianças por meio das seguintes ações: Transformação do
objeto; Criação de modelos; Transformação do modelo; Criação de problemas
concretos e práticos; Controle de ações precedentes e avaliação da aquisição
da forma geral.
Essas ações são constituídas por operações apropriadas, cujas
combinações se modificam em função das condições concretas que são
inerentes à solução de cada tarefa de aprendizagem, convém lembrar, que uma
ação está relacionada à meta de um objetivo e a operação de uma ação está
correlacionada às condições da tarefa. Davydov (1988b, p.30) determina que no
princípio “não conseguem formular de forma independente as tarefas de
aprendizagem e muito menos executar as ações para solucioná-las”. Sendo
assim, o professor deve auxiliá-las por um tempo, mas gradualmente os próprios
alunos adquirem as capacidades apropriadas, ou seja, desenvolvem a habilidade de
estudar.
Para
que este processo de aprendizagem concretize-se em sua plenitude, e possa
propiciar o desenvolvimento das crianças ele requer a necessidade de uma
organização do ensino adequada. Lembramos aqui da não coincidência, ou a não
identidade entre o desenvolvimento psicológico e a aprendizagem, levantada por
Vygotsky (1998). A aprendizagem vai ocorrendo mediante a interação com o meio
social, potencializando assim o desenvolvimento psíquico da criança, apesar
desta não coincidência não descartamos a unidade entre esses processos. Esta
dinâmica é explicada por meio do conceito de zona de desenvolvimento proximal
que é:
A
distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar
através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de
um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1998, p.
112).
Vygotsky aponta que o ensino se justifica somente quando este incide sobre
a zona de desenvolvimento proximal:
Propomos
que um aspecto essencial do aprendizado é o fato dele criar a zona de
desenvolvimento proximal; ou seja, o aprendizado desperta vários processos
internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança
interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus
companheiros. Uma vez internalizados esses processos se tornam parte das aquisições
do desenvolvimento independente da criança (VYGOTSKY,
1998, p. 117-118).
Porém, ele aponta para a
necessidade de uma organização adequada da aprendizagem:
(...) a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma
correta organização da aprendizagem da criança conduz ao desenvolvimento
mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não
poderia produzir-se sem a aprendizagem (VYGOTSKY, LURIA & LEONTIEV, 2001,
p.115).
Tendo caracterizado e definido o espaço
de aprendizagem, passemos agora a descrição e análise do projeto “Clube
de Matemática” (o “palco” do experimento didático). A análise será
feita no sentido de ressaltar os atributos que fazem deste projeto um espaço de
aprendizagem. Ao considerarmos o “Clube de Matemática” um projeto, estamos
usando a noção de Schutz (apud VELHO,1994, p.101), que concebe-o como uma
“conduta organizada para atingir finalidades especificas”.
Além do “Clube de Matemática”, outros projetos como a “Comunidade
de Aprendizes”, desenvolvido por Brown e Campione (1990) que “compreende um
espaço de aprendizagem como um contexto em que múltiplas zonas de
desenvolvimento proximal ocorrem ao mesmo tempo” (DANIELS, 2001, p. 156)
e tem como objetivo desenvolver a prática discursiva típica do discurso
acadêmico em geral, e do cientifico em particular; e o programa Quinta Dimensão
organizado por Cole (1997), que criou formas sustentáveis de atividade
educacional pela aprendizagem colaborativa, com forte ênfase no jogo e na
imaginação, possuem características que fazem com que eles possam ser
enquadrados como espaços de aprendizagem.
O
Clube de Matemática é um projeto de estágio da Universidade de São Paulo
(USP), desenvolvido pelos alunos do curso de graduação em Pedagogia e da
Licenciatura em Matemática, pelos alunos do ensino fundamental da Escola de
Aplicação da Faculdade de Educação e por pós-graduandos em Educação da área
de Ensino de Ciências e Matemática que são orientados pelo professor Dr.
Manoel Oriosvaldo de Moura.
Como
o projeto é desenvolvido por vários sujeitos - alunos, futuros professores
(que por sua vez também são alunos) e futuros pesquisadores (que também são
professores) – com objetivos distintos, há uma grande diversidade de preocupações
que permeiam o trabalho dentro desta proposta, porém a principal meta do Clube
de Matemática é de criar um ambiente para o desenvolvimento de atividades
educativas que possibilitem a discussão dos mais variados aspectos dentro do
meio educacional. Utilizando–nos dos termos da Teoria da Atividade Histórico-Cultural,
estamos criando um espaço de aprendizagem para a discussão de um
sistema de atividade.
Considerando
o Clube de Matemática dentro desta perspectiva, o projeto de estágio então
passa a ser uma atividade, mas esta não existe sem um motivo, ou seja, sem um
objeto que é um motivo real que lhe determina uma direção, porém mais além
do objeto está a necessidade - que sempre responde a uma outra necessidade
(LEONTIEV, 1983). Fica aqui claro que para considerarmos as atividades
desenvolvidas no Clube de Matemática, atividades propriamente ditas, precisamos
determinar dois elementos essenciais: a necessidade e o objeto/motivo.
Promover
a educação dos sujeitos constituintes da sua comunidade é uma das
necessidades básicas de todo grupo, mesmo naqueles que ainda se encontram num
estágio inicial de organização social, por isto com certeza esta é a
principal necessidade que move o projeto. Mas quando falamos de educação, e
principalmente da educação formal que é a aquela que possibilita a formação
dos conhecimentos científicos, nós temos que falar da escola. Quando falamos
em escola, estamos, portanto, focando o lugar onde se aprende e conseqüentemente
do lugar onde se ensina. Temos então aqui duas novas necessidades: o aprender e
o ensinar.
Como
já é do conhecimento de todos não faz sentido discutir estes dois elementos
de forma separada. Mas com certeza, na criação do projeto no ano de 1999, o
ensinar estava no foco de atenção principal do coordenador do projeto.
Se
o aprender e o ensinar constituem as necessidades do projeto, então os
objetos/motivos estão intrinsecamente relacionados a elas. Bem, após
determinarmos o primeiro nível da estrutura da atividade, analisemos o nível
das ações e por conseqüência determinemos os objetivos que mobilizam os
participantes do projeto.
Olhando para os alunos do ensino fundamental, com certeza as suas ações
conduzem-nos para a satisfação do seu desejo de aprender os conteúdos matemáticos,
mas não como nas suas aulas regulares, e sim, de uma forma mais agradável e
interessante. Este objetivo com certeza é comum a grande parte das crianças
pelo fato de que a participação no projeto é voluntária, ou seja, os alunos
inscrevem-se no projeto ou por iniciativa própria ou de seus pais.
Já os alunos da graduação
que, em sua maioria, tornar-se-ão futuros professores, têm como objetivos básicos
desenvolver ações que possibilitem a eles a oportunidade de: Organizar e
planejar atividades de ensino; Vivenciar o desenvolvimento de atividades com as
crianças; Compartilhar seus conhecimentos e experiências e refletir sobre sua
ação pedagógica.
Os pós-graduandos envolvidos
neste projeto desenvolvem as mais variadas ações dentro do projeto que estão
relacionadas com os seguintes objetivos, os quais estarão incluídos em seus
respectivos trabalhos acadêmicos: Analisar a influência do estágio
compartilhado na formação do futuro professor; Identificar possíveis relações
entre a forma de abordagem dos conteúdos matemáticos e a atuação do
professor; Investigar como o futuro professor percebe o processo de aprendizagem
de conceitos matemáticos; Verificar se a elaboração de atividades pelos
estagiários propicia o desenvolvimento de conhecimento sobre a ação docente e
analisar as ações das crianças no desenvolvimento de determinados conceitos
matemáticos.
Após
identificarmos os objetivos dos participantes do Clube de Matemática, há
necessidade de explicarmos como é organizado o projeto. O projeto, que é
semestral, inicia-se juntamente com as aulas da graduação na Faculdade de
Educação da USP. Os participantes do projeto (tanto os alunos, como os estagiários)
são organizados em grupos, sendo um para cada série do ensino fundamental (as
atividades são desenvolvidas somente com as cinco primeiras séries),
perfazendo assim cinco turmas que são compostas da seguinte forma: Um grupo de
no máximo quatro estagiários para cada grupo de 16 alunos do ensino
fundamental.
Os
estagiários participantes do projeto são alunos do curso de Pedagogia e da
licenciatura em Matemática, que estão em sua maioria matriculados nas
disciplinas relacionadas à aprendizagem das metodologias de ensino de matemática
oferecidas semestralmente pela Faculdade de Educação. Por isto o projeto é
uma das alternativas para o cumprimento da carga horária de estágio de 60
horas determinada pelo regimento do curso.
As
atividades do projeto são semanais (toda terça-feira), ocorrendo durante o período
matutino, no qual são atendidas as crianças da primeira fase do ensino
fundamental, e no período vespertino, destinado às crianças da quinta série
do ensino fundamental. As ações desenvolvidas dentro do projeto são
organizadas em 17 encontros, divididos em 4 módulos de 4 encontros: onde o
primeiro é destinados ao planejamento das atividades e os restantes ao
desenvolvimento das atividades com as crianças. O último encontro é destinado
a uma exposição do trabalho das crianças desenvolvido durante o semestre.
O período
de trabalho diário dentro dos módulos é de quatro horas, sendo que elas são
organizadas da seguinte forma: A primeira hora é destinada a preparação do
material e do local para o desenvolvimento das atividades; nas duas horas
seguintes ocorre o desenvolvimento das atividades com as crianças e finalmente,
na última hora ocorre uma reunião do grupo para discussão e reflexão sobre
as atividades desenvolvidas durante o dia.
Considerações finais
Para
encerrar este artigo[2],
reforçamos a idéia da criação e organização dos espaços de
aprendizagem como forma de evitar o “encapulsamento” da aprendizagem
escolar e como fator de promoção do desenvolvimento integral das crianças.
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