UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
VICE-REITORIA PARA ASSUNTOS ACADÊMICOS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DAS LICENCIATURAS – ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PROJETO DE ESTÁGIO EM DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO EM
PSICOLOGIA I
Departamento de Educação – EDU
Orientação e Supervisão Professora – Beatriz Soares Pereira
Turma: EDU – 2554 B - 03
PROJETO DO CURSO DE PSICOLOGIA
HOSPITALAR DIRECIONADO A ALUNOS DOS CURSOS
DE TÉCNICO EM ENFERMAGEM DO
COLÉGIO OSVALDO CRUZ.
GOIÂNIA/GO
O presente projeto apresenta o objetivo de somar e contribuir para a formação do profissional da saúde, de sua atuação junto ao doente, como e quando deverá atuar.
Um profissional que opte em trabalhar em uma instituição hospitalar, além de passar por formação acadêmica deverá também partir para a prática, propondo e efetivamente agindo de forma interdisciplinar.
É muito importante que se promova uma mudança de mentalidade vigente nos conceitos de atenção à saúde que atuam e influenciam a pessoa do profissional e a organização de sua identidade profissional. O poder que muitos experimentam é, às vezes, sedutor. Gera, disputas entre a equipe imatura (em torno de temas subjetivos, na maior parte das vezes, mas nem por isso menos perniciosos tais como: quem é o dono do paciente? quem manda na equipe?, ou melindres como o de sentir-se invadido em sua área pelo outro colega. Enfim, uma infinidade de atitudes e posturas autoritárias, prepotentes, radicalmente verticalizadas que refletem muito da imaturidade, onipotência e muitas vezes, insegurança do profissional.
Quando falamos de horizontalização de trabalho, não se trata aqui de negar a necessidade institucional de uma hierarquia, dentro dos conceitos de organização e métodos administrativos, mas sim, de considerarmos que o processo de atenção ao paciente é dinâmico e permeado por momentos emergentes específicos, que pressupõe a liderança de um determinado especialista naquele momento coadjuvado pelos outros, e num momento seguinte, essa liderança passa a outro, e assim sucessivamente.
É bem verdade que a cultura institucional reforça um modelo fortemente verticalizado que delega de forma direta ou indireta o poder do dono do paciente a um determinado profissional.
Torna-se importante destacar o termo multiprofissional, pois ele realmente traduz essa realidade, ou seja, vários profissionais, cada um em sua especialidade, atendendo a mesma pessoa, mas não necessariamente integrados e complementando-se. Em muitos casos, essa situação acaba por fragmentar ainda mais a pessoa, pois a falta de comunicação entre os diversos profissionais, as dificuldades oriundas da ausência de experiências de trabalho integrado, as próprias circunstâncias de trabalho institucional (tempo, espaço, recursos materiais e humanos), acabam por favorecer (negativamente) esta situação, gerando mais ansiedades e dúvidas no paciente e sua família. Portanto o termo multiprofissional pressupõe integração, co-participação e horizontalização da equipe.
As mudanças precisam acontecer a partir da formação acadêmica e técnica do profissional, que precisam ser sensibilizados e, formados para o trabalho integrado com toda a equipe. Esta formação não deve se ater somente a aspecto profissional, mas é extremamente importante, para que possamos ver instaladas no Brasil verdadeiras equipes inderdisciplinares, que os próprios profissionais busquem posturas mais atualizadas em relação ao trabalho de equipe e a própria visão integral do paciente, pontos estes, que são os pressupostos fundamentais das propostas que apresentamos.
Como já havia dito antes, é importante lembrar que, sem mudanças estruturais em nossas condutas e comportamentos, em nossos conceitos e inserções dentro do contexto de saúde, esse quadro de absoluta miserabilidade que se encontram os sistemas de atenção à saúde no Brasil de hoje, tende apenas a piorar, e como em muitos casos, esse paciente terá um prognóstico sombrio e dos mais sofridos, sendo levado gradativa e inexoravelmente à morte, que, em última instância será representada pelo caos, miséria, sofrimento e morte de milhões de pessoas abandonadas em suas precárias condições de vida, ao sabor das disputas de poder (dentro e fora do contexto de saúde), da imaturidade política, do imediatismo, do paternalismo intervencionista, enfim, do absoluto desrespeito do homem pelo homem.
Fica, portanto, colocado um desafio: acreditamos que somente a soma das
disponibilidades de pessoas realmente envolvidas com a questão humana é que
poderá, ao longo do tempo, gradual e decisivamente inverter esse prognóstico.
Cada um dos envolvidos nesse processo é bem vindo, pois sem o resgate do
respeito e do amor pela vida, toda e qualquer semente lançada cairá em solo
estéril, ao contrário daqueles que se lançadas em solo adubado pelo amor e
respeito à dignidade humana, poderá germinar. Não nos esqueçamos que esse
movimento de cultivo é continuado e seu melhor implemento é o tempo.
. Humanizar o atendimento ao sujeito no momento da doença;
. Assegurar ao doente um tratamento integrado, sendo este visto de uma forma
holística,
. Contribuir na formação de profissionais de saúde para que possam dispensar a
comunidade completa assistência,
. Atuar no sentido de
possibilitar ao sujeito, a forma de assumir a sua existência
humana, . Iniciar, ampliar e dar qualidade à possibilidade
multidisciplinar.
Não se faz necessário lembrar a importância do trabalho em uma instituição hospitalar de um profissional conscientizado e bastante sensibilizado diante da realidade do doente, dos diversos fatores que possam interferir em seu tratamento.
No hospital vemos refletido os anseios, angústias, dificuldades, desejos e alegrias da humanidade, com fragilidade, buscando incessantemente os meios e recursos contra os males e problemas do homem.
Importante ressaltar que as dificuldades foram e ainda são enormes é
preciso, na medida do possível investirmos na formação acadêmica dos
profissionais de saúde para que
assim possamos contribuir de forma efetiva na melhoria
dos serviços prestados ao indivíduo em situações de vulnerabilidade
que a doença pode os colocar.
PROGRAMA
Este curso será ministrado no período previsto de três meses, somando 30 horas/aula.
Será direcionado a alunos do curso de: Técnicos em Enfermagem.
Terá como metodologia:
. aulas expositivas, debates sobre temas teóricos e sobre a prática na instituição hospitalar,
. role playing de situações da instituição,( escola – campo),
. orientação de leitura, análise e síntese de textos, filmes e debates,
. mesa redonda formada por profissionais da área.
O curso terá seu início em março/2003.
As aulas ocorrerão no colégio Osvaldo Cruz em sala e horário pré definidos entre a professora orientadora e a direção do colégio.
Os temas serão escolhidos pelos estagiários e estes irão ministrar aulas destes referidos temas nas diversas turmas formadas por meio de uma inscrição.
Serão
oferecidas 30 vagas por turma, com as inscrições feitas com antecedência e o
local e horário de realização pré- estabelecido pela direção do colégio.
Este curso se realizará no Colégio Osvaldo Cruz, tendo como participantes os alunos dos cursos de Técnico em Enfermagem.
As aulas serão ministradas pelos alunos – estagiários da disciplina Didática e Prática do Ensino em Psicologia I do curso de Psicologia da Universidade Católica de Goiás – UCG.
Será conferido certificado aos alunos que tiverem carga horária de no mínimo
75% de freqüência.
HUMANOS:
Alunos dos cursos de Técnicos de enfermagem do Colégio Osvaldo Cruz.
Direção e coordenação pedagógica do Colégio.
Alunos estagiários do curso de Psicologia da UCG.
Professor supervisor de estágio da UCG.
MATERIAIS:
Materiais didáticos diversos tais como:
. retro – projetor,
. textos,
. filmes com debates
. técnica de dinâmica de grupo, dentre outras.
PROGRAMA:
Curso de Psicologia Hospitalar direcionado a alunos dos cursos de Técnicos em enfermagem do Colégio Osvaldo Cruz em Goiânia/GO
CRONOGRAMA:
Dias- Apresentação
. Filme: ”Um Golpe do
Destino”
. Introdução – O que é
Trabalho do psicólogo no Hospital.
. A Instituição Hospitalar.
. O Ser e o Estar Doente.
. Mesa redonda.
. Aspectos agressivos e
Invasivos do Tratamento Clínico e Cirúrgico.
. Depressão
. Síndrome do Pânico
. Stress
. Relações Humanas
. Avaliação
. Encerramento.
“ Aqueles que tiverem a força e o amor para ficar ao lado de um paciente moribundo com o silêncio que vai além das palavras, saberão que tal momento não é assustador nem doloroso, mas um cessar em paz do funcionamento do corpo. Observar a morte em paz de um ser humano faz-nos lembrar uma estrela cadente. É uma entre milhões de luzes do céu imenso, que cintila ainda por um breve momento para desaparecer para sempre na noite sem fim. Ter um profissional de ajuda, ser terapeuta de um paciente que agoniza é nos conscientizar da singularidade de cada indivíduo neste oceano imenso da humanidade. É uma tomada de consciência de nossa finitude, de nosso limitado período de vida. Poucos dentre nós vivem além dos setenta anos, ainda assim, nesse curto espaço de tempo, muitos dentre nós criam uma biografia única e nós mesmos tecemos a trama da história humana.”
(Ross, E.K.)
O Psicólogo também deve estender seu campo de ação à equipe de saúde na medida em que somente a partir de atuação inderdisciplinar, pode-se chegar à condutas uniformes, coerentes,globais,determinadas por troca de informações diárias e discussões formais de casos clínicos. O Psicólogo deve incentivar o trabalho em equipe e a conscientização e consideração dos aspectos emocionais das doenças dos pacientes e dos familiares. São significativos, também, os resultados de treinamento de papeis enquanto profissionais de saúde (onipotência e impotência ante a doença e a morte); grupos de reflexão;atividades psico dramáticas em que a equipe pode vivenciar e se posicionar frente a relação com o
paciente, ao verdadeiro papel como profissional de saúde, numa visão global e mais humana da medicina.
CRONOGRAMA
Referente à Caracterização da Realidade da Escola.
Nome:___________________________________________________
Data |
Atividades |
Horas |
Ass. da Coordenadora |
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CRONOGRAMA
Referente às Atividades Desenvolvidas.
Nome:___________________________________________________
Data |
Atividades |
Horas |
Ass. da Coordenadora |
AVALIAÇÃO
Nome:___________________________________________________
Data:____________________________________________________
Fatores Avaliados |
O |
B |
R |
F |
Justificativa |
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Organização e Planejamento |
Em termos globais o curso pode ser considerado |
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Conteúdo |
Programa, assuntos conceitos |
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Atendimento às suas expectativas |
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Objetivos |
Ampliação do Conhecimento |
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Atuação dos Docentes |
Clareza de Expressão |
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Relacionamento Com o grupo |
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Metodologia |
Dinâmica do Trabalho |
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Recursos e materiais Didáticos |
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Atividades desenvolvidas |
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Comentários e sugestões use o verso.
FICHA DE AVALIAÇÃO
Prezado Participante:
Solicitamos sua colaboração no preenchimento desta ficha, a sua opinião sincera estará contribuindo para o aperfeiçoamento de nosso trabalho.
- O curso correspondeu às suas expectativas?
-
( ) sim ( ) não ( ) mais ou menos
– Por quê?
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3 – Dos temas abordados, qual que melhor atendeu às suas necessidades?
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– Mencione os aspectos positivos do curso:
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- Destaque os aspectos negativos do curso:
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– Que sugestões você teria para nos dar:
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Goiânia, ____/____/_____.
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Assinatura
ANGERAM, V.A. “Sobre a atuação do Psicólogo no Contexto
Hospitalar” S.P.,1984
KLUBER-ROSS,Elizabeth. “Sobre a Morte e o Morrer”. Ed. Martins Fontes – 3ª Edição São Paulo.,1989.
CHIATTONE,H.B.C. e Sebastiani. “ Curso de Introdução em psicologia
Hospitalar”. Nemeton – Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia e
saúde, São Paulo - S.P.
PEREIRA, B.S. – Deotti, C – Soldati, V.R. – Figueira – M.J.P. “ O Psicológico e o Religioso no Hospital Geral”. “ O Desejo D’ente”.
BLEGER, José – Psico -Higiene e psicologia Institucional – Porto Alegre, Artes Médicas, 1984.
GONZAGA, Maria Alice – Tempo de Granizo, a história de uma relação com a doença – São Paulo – Nobel – 1987.
MIRANDA, Simão de, Oficina de Dinâmica de Grupo para empresas, escolas e grupos comunitários. Volumes I e II – Campinas. SP: Papirus,2000.
KAPLAN & SADOCK, Compêndio de Psicoterapia de Grupo – Porto Alegre:Artes Médicas.
DETHLEFSEN,Thorwald e Rudiger Dahlke, A Doença como Caminho.Ed.Cultrix – São Paulo