O Espelho de Atena

 O Uso do Mito no Ensino de História

                                                                                  Heloisa Capel

 

Esta comunicação é uma análise das possibilidades de uso da narrativa mítica no processo de formação de professores ligados ao ensino de história. A investigação nasceu das indagações e potencialidades reveladas no calor da experiência com mitos através da disciplina que ministro na UCG, há dezesseis anos: a disciplina História Antiga. Nesta apresentação, gostaria de enfatizar o que há de mais importante no trabalho: a valorização da narrativa do mito como método de trabalho.

 

Portanto, sendo fiel ao que proponho em minha pesquisa e aplicarei o método da exposição ao da investigação do tema: o da narrativa. Nosso mito-guia: Perseu. Perseu, palavra que provém do grego (Perseus), a respeito de cuja etimologia ainda não se chegou a um acordo. Admite-se, entretanto, que a base do nome seja a raiz  bherêk, “brilhar”e que significaria, em última instância: a encarnação do “sol nascente”.

 

De fato, como a luz que representa, Perseu torna-se o Herói dos mundos subterrâneos, interiores e escuros, pois têm que penetrar num labirinto negro para cumprir sua missão: a de matar a Medusa. Como todo herói, Perseu cumpre uma trilha pré-estabelecida, um caminho em que as etapas devem ser vencidas para levá-lo à vitória: a jornada heróica.

 

            A jornada heróica possui três etapas básicas: a inocência ou preparação, o chamado da aventura ou iniciação e a última delas: a rendição e transformação. Assim,  as etapas desta reflexão obedeceram à esta trilha, pois a jornada heróica é uma jornada de aprendizado, uma jornada educativa.

 

            Assim, ocorre o nascimento do herói argólico.

                       

            Há muito tempo, na cidade de Argos, havia um rei chamado Acrísio. Como desejava ter um filho consultou um Oráculo que limitou-se a dizer-lhe que Dânae, sua filha, teria um filho que o mataria. Temendo que o Oráculo se cumprisse, Acrísio mandou construir uma câmara de bronze subterrânea e lá encerrou sua filha, em companhia da ama.Todavia, Zeus, o fecundador por excelência, penetrou na inviolável câmara de bronze e, sob a forma  de uma chuva de ouro, engravidou a princesa que se tornou mãe de Perseu.

Durante o tempo da inocência, Perseu pôde viver com a mãe, sendo conservado secretamente. Entretanto, quando Acrísio teve conhecimento de sua existência não acreditou em sua origem divina e, atribuindo-lhe o  nascimento a alguma ação criminosa de seu irmão e eterno rival Preto, executou a ama e encerrando mãe e filho num cofre de madeira, ordenou que fossem lançados ao mar.

 

            Este é o pano de fundo sob o qual a primeira parte desta reflexão é apresentada. O momento da inocência, o instante em que nos encontramos imersos numa pretensa segurança. Aqui apresento meu passaporte para a área de educação: exercito-me em compreender os princípios da formação de professores. Os autores da educação desfilam sobre o meu palco apresentando questionamentos e principalmente, possíveis propostas e soluções para o problema da formação. O estado de inocência é um estado inerte em que as respostas são pseudo-soluções. Fica-se com a impressão de que falta algo, de que a raiz do problema não foi devidamente tocada. Como Dânae, encerrada em minha caixa de madeira, num vagar catártico e temporariamente seguro, vaguei, a princípio, sem muito rumo nas teorias da formação procurando caminhos. Isto é verdaderiamente interessante, pois todo processo de criação envolve certa dor. A dor de encontrar-se perdido, mesmo tendo colocado os pés no caminho. Levamos sempre um roteiro mal definido, e o horizonte não se descortina de forma antecipada e segura. A estrada vai se construindo aos poucos, na transpiração e no trabalho e, principalmente, no abandono das certezas. Ocorre, então, o insight criativo. Ele nasce de forma inesperada e única. É filho do esforço, da dor e do amor necessários para caminhar assumindo riscos. Dédalo sabia quando construiu o labirinto. Foi encerrado dentro dele, como uma vítima de sua própria arte e criação. É isso, a arte transcende o artista. Por isso fornece pistas importantes, maiores do que o próprio autor que lhe dá vida e forma. Temos que assumir nossa condição criativa como professores. Como Dânae, somos arrastados numa arca à deriva.

 

            A pequena arca de madeira de Dânae com Perseu foi arrastada à ilha de Sérifo, uma das ilhas Cíclades onde reinava um tirano: Polidectes. Dânae e seu filho foram sustentados por Díctis (etimologicamente “rede”), um irmão do rei, até que Perseu se transformasse num jovem adulto. Certa feita, Polidectes convidou um grande número de amigos, inclusive Perseu para jantar e, no curso de mesmo perguntou qual o presente que os amigos desejavam oferecer-lhe. Perseu ofereceu-lhe a cabeça da górgona Medusa que habitava os mundos inferiores. Pensando afastar-lhe do local para que pudesse assediar Dânae, Polidectes aceita o desafio e ordena que vá em busca do monstro prometido, sem o que ele lhe violentaria a mãe. Aqui termina o tempo das “certezas” para Perseu e para mim.

 

            As teorias sobre formação apresentam-se com inúmeros questionamentos e parecem não tocar em aspectos formativos essenciais. As discussões sobre as concepções de formação devem ser examinadas enfatizando-se dois aspectos: primeiro, a necessidade de se considerar, no processo, a dimensão autofomativa e, segundo, a questão da mudança. A mudança que está em curso no processo de formação obriga o professor a lidar autoformativamente com a trans-formação, a formação que vem através do processo, a que lida com o despir-se de idéias e conceitos pré-estabelecidos, a que se constrói no bojo da crise da viagem.

 

            A crise configura-se no final do período da inocência, o momento do chamado da aventura, a iniciação, a entrada em novos e estranhos mundos que se apresentam escuros, labirínticos e caóticos. Contudo, é neste período de dor que o herói será testado em sua capacidade de resiliência, que encontrará aliados e que poderá verdadeiramente preparar-se para cumprir a tarefa pré-determinada.

 

            Nosso herói Perseu afasta-se então do respaldo materno e parte em busca de sua libertação das prisões do inconsciente.  Terá que defrontar-se com a górgona Medusa: um monstro que possui a cabeça aureolada de serpentes venenosas, presas de javali, mãos de bronze e asas de ouro. Terrivelmente temida, a Medusa petrifica quem a olha de frente.

 

            Os problemas da formação do professor estão ligados  à condição pós-moderna. Neste momento conhecemos nossa Medusa: a crise do paradigma científico e seus reflexos sobre as ciências humanas, sobre a história e a educação. A crise do racionalismo nascida da impossiblidade de apreensão do real leva à crise da verdade histórica, considerada como uma verdade analógica, intertextual, interpretativa. Daí os mitos terem recuperado o status de um sistema de pensamento estruturado como qualquer outro. Como explicam alguns autores (Falcon): “desfaz-se a tríade modernista da história: a realidade histórica (passado), o conhecimento histórico (o discurso histórico) e a teoria da história (filosofias especulativas e epistemologia). Desloca-se a realidade histórica para o texto impresso, ou melhor, para a interpretação da realidade”.

 

            A educação também não ficará imune a esta crise.

            Há, no contexto da modernidade um mal estar geral. Ele atinge as escolas com seus padrões de especialização, sua complexidade burocrática e sua ineficiência em cativar emoções e motivações de seus alunos. Na nova conjuntura, os professores precisariam, no mínimo: de uma cultura geral mais ampliada, do desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender e de novas competências e habilidades que envolvam as exigências de se transformar a informação em conhecimento (Libâneo). Precisam, ainda, acrescentar algumas dimensões ao seu  conhecimento profissional (Alarcão): conhecimento científico-pedagógico, conhecimento curricular, conhecimento do aluno e seu contexto, conhecimento dos fins educativos, conhecimento de sua filiação profissional e, finalmente, conhecimento de si-mesmo. 

 

            Esses desafios geram tensões na vida dos professores. Há alterações recentes na prática escolar com intensificação do trabalho cotidiano nas escolas, importância crescente dos dispositivos de controle e avaliação dos professores tanto no quadro institucional da escola quanto no contexto de progressão da carreira, aumento das solicitações decorrentes de reformas constantes, mudanças no relacionamento com os pais e as comunidades e enquadramento recente da formação contínua que sobrecarrega os professores para cursos, ações rápidas, produção de textos e trabalhos de utilidade duvidosa.

   

Como resolver isso?

 

Ao partir para seus longos e difíceis trabalhos o herói é assessorado por uma ou mais divindades para refrear seus desmandos heróicos e sobretudo para dar-lhe respaldo na execução de tarefas. Perseu terá como coadjutores celestes os deuses Hermes e Atena que lhe fornecerão os meios para levar a bom termo a promessa feita a Polidectes. Segundo o conselho dos deuses, o filho de Dânae deveria procurar as Graias (“velhas”) que possuíam em comum apenas um olho e um dente. Elas habitavam o no extremo ocidente, no país das sombras eternas onde nenhum raio de sol poderia penetrar. Só as Graias poderiam indicar o caminho onde se escondia a górgona Medusa. Elas também mostrariam a Perseu onde estariam as ninfas que lhe dariam objetos indispensáveis ao cumprimento de sua missão. Auxiliado por Hermes, o deus que não se perde na noite, e pela inteligência de Atena, que espanca as trevas, Perseu chegou à habitação das Graias. Elas lhe indicaram o caminho para as ninfas que lhe presentearam com sandálias aladas,  um alforje chamado quíbisis para guardar a cabeça da Medusa e um capacete, o do deus Hades, que tornava invisível quem o usasse. Hermes e Atena ainda o equiparam com uma espada de aço e um escudo reluzente.

 

            Também encontraremos aliados para o chamado à condição pós-moderna e seus desafios. O princípio autoformativo é um deles. Alguns autores vão destacar, ainda, algumas tendências, soluções sugeridas(Alarcão):

 

*Uma concepção do homem como criador (para substituir um concepção do ser humano como meramente reativo);

*A aceitação dos limites na representação cognitiva da realidade;

*O alargamento do âmbito da concepção de investigador;

*O diálogo, atento e respeitador, entre conhecimento erudito e conhecimento do senso comum;

*A investigação realizada em equipe;

*A divulgação de estudos em aberto, sem apresentação de conclusões;

*Estudos contextualizados e aprofundados, do tipo estudos de caso em close – up;

*Análise dos discursos reais, das práticas profissionais e dos textos enquadradores;

*Estudos de intervenção, de cariz acentuadamente prático, comprometidos com a ação;

*Uma atitude construtiva e crítica implicada e não meramente de observação distanciada ou mesmo crítica;

*Investigações de cunho cada vez mais ético-político;

*Utilização de estilos de comunicação mais humanistas, com a interpenetração de gêneros e recurso a imagens, metáforas explicativas e exploração de modalidades multimídia.

*Escritos de divulgação com vários níveis de profundidade, com vistas a uma maior acessibilidade por públicos mais diversificados;

*A descoberta de configurações gerais suscetíveis de acolher as especificidades e de meta-análises com contemplação de saberes particulares, em um diálogo construtivo entre o local e o global, o particular e o geral.

 

            Portanto, algumas respostas aliadas colocam-se no caminho do professor em formação no labirinto da conjuntura pós-moderna. Como Perseu, os professores também recebem dicas e auxílios. Todavia, mesmo obtendo as melhores armas,  falta o elemento essencial: como efetivamente matar a Medusa, já que ela petrifica quem a vê?  O mito vai nos indicar a resposta para enfrentar o desafio final.

 

Para cortar a  cabeça da Medusa Perseu ganha de seus aliados a hárpe, a foice curva que faz qualquer corte. Não se pode adotar novas posturas sem estabelecer uma ruptura. Cientes do desafio e armados, partimos para nossas aventuras educativas, sem entretanto resolver a questão essencial: como matar a Medusa sem encarar seus olhos petrificadores de frente? Perseu  podia voar, invisível, sobre as Górgonas, tinha os melhores utensílios para cortar sua cabeça e guardá-la, mas não sabia como fazer o mais importante: cortar sua cabeça sem olhar para ela, num exercício cego em que poderia errar o alvo.  Dito de outro modo, como aplicar os novos princípios numa realidade contraditória, fragmentada, incerta, em que, a despeito de nossas armas e instrumentos, vagamos cegos e sem rumo? Algo chamava o herói à consciência, a despeito da escuridão em que se encontrava. Mas, como adquirí-la?  Este é o estado de rendição da jornada heróica. O estado em que o sentido é: sou realmente posto à prova.

 

Perseu jamais seria bem sucedido se Atena não lhe tivesse dado ajuda. Disse-lhe que ele precisava chegar por trás, esperar o momento em que as Górgonas imortais estivessem descansando, de olho fechado. Quanto à Medusa, deveria cortar-lhe a cabeça sem jamais olhá-la. Mas como fazer isso? Atena, então, coloca diante da Górgona o seu belo escudo reluzente que funciona como um espelho, refletindo a imagem para que Perseu pudesse fazer a degola como se estivesse cara a cara com o monstro. E assim acontece. As duas outras górgonas acordam com o grito da Medusa, e perseguem Perseu, que entretanto, consegue escapar voando, invisível. Ele guarda a cabeça na hárpe e vai embora do local. Da cabeça decepada do monstro nasce Pégaso, o cavalo alado.

 

As narrativas míticas serão uma resposta a esses desafios, pois carregam em si a fonte geradora da história. Como utiliza-las metodologicamente? A reflexão é algo essencial ao processo de autoformação e a identificação da jornada heróica com as autobiografias propostas por vários estudos vão nos indicar um caminho.

 

 

Esta será  a resposta do professor, construída paulatinamente, no bojo da pesquisa e da narrativa que a apresenta. Através dos mitos o processo de formação pode tocar um elemento essencial: a mudança que transforma. Os mitos entretanto não representam um ponto de chegada, mas revelam um meio  através do qual é possível conseguir respostas. Importante dizer que serão sempre resultados provisórios e únicos, porque farão parte de um processo reflexivo. Esta foi a resposta final de Atena concedida pelo espelho, a égide sob a qual todo processo educativo deve se expor. Dessa forma, o resultado será único porque criativo, porque nascido de uma viagem intensa e essencial, uma trajetória na qual todos os limites foram testados, um caminho em que o resultado final será uma dádiva: quando o herói completa a sua trajetória ele recebe presentes de amor, adquire a sabedoria que partilha com todos. Daí passa a ser merecedor do trono. Afinal, em nossas salas de aula, não somos nós, professores e alunos, partes de um mesmo reino?

 

Para terminar, considerando que todo processo de conhecimento é auto-conhecimento, escrevi as  lições das sombras por mim aprendidas nestes anos em que me lancei nesta jornada, conselhos imaginários dados por Atena ao seu discípulo, Perseu e que peço-lhes a permissão para ler: 

 

 

 

Para Perseu
(Algumas lições do Mundo das Sombras)


Matar a Medusa não é tarefa fácil.
Seus olhos petrificadores aniquilaram
os viajantes que tentaram fitá-la.
Mas, tu, Perseu,
por teu desejo e porque assim
determinam os deuses,
está destinado a matá-la.

A Medusa se esconde nos reinos
inferiores, subterrâneos e escuros.
Estás, realmente disposto a penetrar
neste labirinto negro?
Sua resposta pouco importa aos deuses.

Apesar de tua ilusão de escolha,
o teu caminho já te escolheu.

Portanto, aceite minhas lições.
Elas não se apresentarão como
roteiro, porque não existem caminhos
seguros quando há morte, no final.

Elas serão apenas princípios
que nortearão a tua viagem.
Apontamentos a serem guardados.

Você irá ignorar muitas destas
recomendações (pois, dentre elas
há as que não podem ser ensinadas
previamente), mas outras poderão
salvar-lhe a vida.

Como tudo que ouve e vê,
filtre estes conselhos para evitar
enganos, pois os deuses também
testam os heróis e
suas interpretações errôneas.

Na verdade, os deuses são
instrumentos que alimentam
a tua própria divindade.

Só a construção de sentido
poderá assegurar-lhe a vitória.
Seu caminho deverá ser trilhado
com consciência, tenha a certeza.

Saiba, ainda, que o maior mérito
dos que combatem não está
na vitória final, mas na luta.
Assim sendo, desde já:
desapegue-se do resultado.

Portanto, para começar, não
use a razão estrita como guia.
Em templos escuros, seres e
situações irracionais se apresentarão
a você. Frutos ilusórios do processo
(às vezes criado por ti mesmo)
alguns poderão até ser ignorados.
Outros, porém, deverão ser combatidos:
são aqueles que habitam no mais
fundo de tua alma e que ganharão tamanho
e força alimentados pelo seu medo.

 

Mantenha-se positivo, portanto.

Não permita que os fantasmas de suas

dúvidas o impeçam de prosseguir no caminho.

Não rejeite a aventura.

Recuar seria negar-se à sua  oportunidade de aprendizado

autêntico.

Não se sinta onipotente por suas façanhas heróicas.

Os deuses não perdoam a arrogância.

O ato criador só poderá vir da  rendição total

das suas idéias pré-estabelecidas.

Reveja todos os seus valores e conceitos

antes imutáveis.

Seja resiliente.

 

Aceite, se necessário for, a dor e a morte.

Elas o educarão e  farão dobrar-se a sua

Resistência.

 

Saiba que na morte ou no nascimento a

dor é inevitável. Você terá o coração ferido,

mas suas alegrias e seu êxtase serão

intensos e estarão com você a vida toda,

mesmo que durem um segundo.

 

Perdoe-se por seus erros e enganos, pois

A tristeza e a culpa são inimigos terríveis.

Elas roubarão suas forças e

tentarão impedí-lo de perseverar no caminho.

 

Ao penetrar no mundo das sombras,

Fique atento aos seus aliados.

Eles lhe darão conselhos e amuletos,

sugerirão caminhos e procedimentos.

 

Você conhecerá a amizade

e seus verdadeiros inimigos.

Como você, nesta viagem todos

acabarão por revelar a sua própria face.

Saiba que enfrentar o inimigo é um

ato reflexivo. Vendo e combatendo

o mal você também se reconhecerá.

 

Em momentos muito difíceis

Alimente-se de  seu ideal: pois não

é na chegada que reside o sentido,

mas no processo.

 

Habitue-se a caminhar no labirinto escuro.

Não imponha prazos para o fim de

seu suplício quando ele lhe parecer insuportável.

Faça a sua parte.

Só os deuses sabem o momento exato de sua

Redenção.

Esteja atento à sedução dos sentidos

E das formas estritas. Eles são ilusórios

Porque não tocam no essencial.

 

E por fim, saiba que é no momento

De sua rendição que estará sua vitória.

Minha lição final se revelará

única e intransferível, mas será a sua

dádiva de amor e a garantia da posse do reino.

 

Portanto, avante, Perseu.

 

 

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